A partir de setembro, a Cinemateca promove um acontecimento cinematográfico e musical que marca o regresso da programação depois da acalmia de agosto. Uma viagem ao fim do mudo que cadenciará a programação até 2027, cem anos após a data histórica em que no set de rodagem se passou a entoar, antes do proverbial “Ação!”, uma nova palavra de ordem: “Silêncio!”
Em outubro de 2027 passará um século sobre a conclusão de um dos mais empolgantes capítulos da História do Cinema: com a estreia de JAZZ SINGER, de Alan Crosland, deu-se início à revolução do sonoro. Foi um momento traumático para toda uma geração de cineastas, atores e, mesmo, espectadores, criados e formados no cinema como “arte do silêncio”. Está hoje perdido na nuvem do tempo e nos documentos da imprensa da época, mas o debate foi intenso, e nalguns casos o desgosto também.
O fim do mudo representou uma espécie de fim do mundo tanto para espectadores como para criadores. A Cinemateca inicia em setembro esta viagem ao fim do mudo, que só terminará no final de 2027, para celebrar alguns dos títulos mais marcantes desse período liminar. O cinema mudo ganha, com esta celebração, um lugar (mais) permanente na programação anual da Cinemateca com cada sessão do programa a ganhar a dimensão de um grande evento cinematográfico e também musical. Clássicos mais ou menos populares e filmes recuperados do esquecimento de um período, que irá sensivelmente de 1921 a 1930, serão mostrados, alguns em cópias restauradas, e acompanhados pelos pianistas residentes: Filipe Raposo, João Paulo Esteves da Silva e Daniel Schvetz.
![]() THE WIND Victor Sjöström |
![]() (O Couraçado Potemkine) Sergei M. Eisenstein |
![]() DER LETZTE MANN (O Último dos Homens Friedrich) Wilhelm Murnau |
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O regresso da programação após o mês reduzido de agosto é marcado pela exibição de THE WIND, com Filipe Raposo ao piano. Esta sessão inaugural, com o filme americano do mestre sueco Victor Sjöström, “uma das obras mais telúricas da História do Cinema” (Manuel Cintra Ferreira), será oferecida aos espectadores da Cinemateca, mediante o levantamento de ingresso uma hora antes do início da sessão (máximo 2 bilhetes por espectador).
A programação de cinema mudo continua em setembro com o monumental BRONENOSETS POTYOMKIN (O Couraçado Potemkine), de Serguei Eisenstein, musicado ao vivo por João Esteves da Silva, e o primeiro mês desta temporada encerra com o comovente DER LETZTE MANN (O Último dos Homens), de F. W. Murnau, com Daniel Schvetz no acompanhamento musical.
Ficam prometidas para o que resta do ano obras intemporais de grandes nomes da História do Cinema, tais como Charles Chaplin, Erich von Stroheim, Ernst Lubitsch e Alfred Hitchcock.
O programa completo e o calendário das sessões deste Ciclo serão anunciados brevemente.