My Oxford Year (2025)

de Antony Sousa

Mais uma ficha, mais um romance na Netflix a tentar substituir o antigo serão de “domingo à tarde”. My Oxford Year junta diversos clichês e entrega uma comédia romântica que já vimos em qualquer lado, mesmo sendo a primeira vez que a estamos a ver.

Anna (Sofia Carson) é uma estudante americana com o sonho de estudar em Oxford e quando o sonho se concretiza tudo se parece encaminhar para todos os planos tomarem o seu curso normal. No entanto, nada a pode preparar para a revolução de emoções que a espera na histórica universidade.

Uma protagonista cheia de sonhos e expectativas? Check. Um protagonista charmoso e com um segredo que altera o rumo do enredo? Check. Personagens secundárias que têm como única função adicionar humor às cenas em que participam? Check. Um final a puxar a lágrima com uma retro escavadora? Check. Não existe uma vírgula de originalidade no argumento, nas interpretações ou na realização do filme. É verdade que é impossível cada novo projecto representar uma nova Era ou uma reinvenção de um género, contudo, pelo orçamento disponível é justo exigir um pouco menos de preguiça no copypaste da fórmula de filme de streaming, que chama a atenção pelo trailer e que espremido não contém muito mais conteúdo para dar.

Sem dúvida que para quem visualizar My Oxford Year com total desapego na crítica, é possível (aguentando a aborrecida primeira hora) surpreender-se pelo twist da história e último acto mais sentimental. Porém, mesmo assim, todas as conexões entre personagens são tão apressadas e pouco profundas que inevitavelmente qualquer intuito de atingir o coração do espectador fica aquém do imaginado aquando da produção da longa-metragem. Entre montagens de momentos íntimos entre o casal maravilha e o aparecimento do conflito final, não há margem para mais do que um esgar de empatia e uma pitada de envolvimento emocional para com o desfecho do filme. Desde os problemas morais na pouca credibilidade do estatuto de Jamie (Corey Mylchreest), professor na universidade, passando pela ausência de impacto no alívio humorístico escolhido para a narrativa, ficando toda a responsabilidade em Charlie (Harry Trevaldwyn), sabendo a pouco e muitas vezes faltando contexto para conquistar a nossa gargalhada, e acabando por usar um método (quase) batoteiro para nos cativar no epílogo, é simples concluir que são bem maiores os problemas deste filme do que as suas dádivas.

Juntando todas as peças, My Oxford Year não chega a formar um puzzle completo nem a revelar uma imagem memorável em quem tentou mergulhar na história até ao fim. O elenco esforça-se em transmitir verdade a um argumento gasto e muito pouco entusiasmante, mas é um esforço inglório. Fica mais um exemplar na Netflix para quem não valorizar muito os seus próximos 110 minutos.

2/5
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