De 20 de Setembro a 8 de Novembro, a Solar – Galeria de Arte Cinemática apresenta Fanfare 2025, a nova obra de Priscila Fernandes inspirada no clássico holandês Fanfare (1958), de Bert Haanstra. Entre humor e melancolia, o filme retrata uma banda filarmónica dividida por rivalidades absurdas, refletindo sobre polarização política e crise ecológica.
A nova obra em vídeo de Priscila Fernandes transpõe o enredo e a linguagem cinematográfica da produção original para um contexto atual. Se no filme de Haanstra, a Holanda do pós-guerra surgia como um retrato idealizado de comunidade e tradição, em Fanfare 2025 essa paisagem encontra-se face a face com as ansiedades e transformações contemporâneas. A fictícia vila de Lagerwiede — símbolo de uma Holanda idílica, com canais, pastos e pontes pitorescas — mantém o seu encanto intocado. Contudo, novos elementos se insinuam: entregas ao domicílio feitas por barco, turistas em pranchas de stand-up paddle a caminho do pôr-do-sol, e um diálogo entre passado e presente que se revela tanto nostálgico quanto crítico.
FANFARE 2025 (2025), de Priscila Fernandes
O programa inclui dois momentos de destaque: no Batalha Centro de Cinema, dia 18 de Setembro, às 21h15, haverá uma sessão de cinema, seguida de conversa com a artista Priscila Fernandes, o diretor artístico Mário Micaelo e o investigador Andrew Snyder; e no Circular Festival de Artes Performativas, a 20 de Setembro, às 18h00, uma conversa performativa entre a artista e músicos da orquestra De Bergklanken, dos Países Baixos.
Fanfare 2025 conta com apoio da Mondriaan Fonds, da Solar – Galeria de Arte Cinemática, Batalha Centro de Cinema e do Circular Festival de Artes Performativas.
—
Priscila Fernandes (1981, Portugal) é uma artista visual e educadora radicada na Holanda, onde codirige o Departamento de Belas Artes BEAR (Base for Experiment Art and Research) na ArtEZ, Arnhem. O seu trabalho — que abrange instalações, pintura, fotografia e livros — parte de uma investigação contínua sobre educação, brincadeira e a relação entre trabalho e lazer, explorando de forma especulativa questões ligadas à liberdade e à precariedade laboral.
Formada em Pintura pela National College of Art & Design, Dublin, e mestre em Belas Artes pelo Piet Zwart Institute, Roterdão, realizou residências na Künstlerhaus Bethanien (Berlim), IASPIS (Estocolmo) e Irish Museum of Modern Art (Dublin). Expôs amplamente em instituições e eventos internacionais, incluindo a Bienal de São Paulo, Fundação Joan Miró, Museu Reina Sofia e Museu Serralves. Recebeu o Prémio Brutus (2018) e o Prémio EDP Novos Artistas (2011).