Finch (2021)
Apesar de não ser inovador, Finch consegue explorar o lugar comum de uma forma muito própria e emocionante.
Apesar de não ser inovador, Finch consegue explorar o lugar comum de uma forma muito própria e emocionante.
Abre a lente para um mundo habitado por sumptuosidade, atravessando esta população, sem diálogos ou visíveis membros da audiência dos espetáculos.
Consegue criar o ambiente desolador de uma cidade sem esperança. É um filme pesado e sufocante, com as temáticas de abuso e trauma omnipresentes.
É difícil manter o olhar em apenas uma parte da tela pois as homenagens ao cinema prosperam, tal como as técnicas fílmicas e o trabalho de cenografia e fotografia portentoso.
Sobressai como uma prenda musical para atualizar no Spotify e para recordar que talento não implica fama.
É uma verdadeira lufada de ar fresco que oferece novos elementos ao género de faroeste, intercalando alguns clássicos com a modernização violenta da filmografia de Tarantino.
Eastwood é um dos maiores ícones masculinos no cinema, com uma estética emblemática gravada na cultura pop, representante do cowboy duro.
Claramente uma alusão à mortalidade e à forma como o ser humano lida com a terrível e inevitável condição de – passo a redundância – ser humano (a mutação dos nossos corpos, da nossa voz, da nossa mente).
Sempre que o filme parece caminhar para um climax, logo de seguida toma outro rumo que exige algo novo sem nunca ter dado algo em concreto de troca.
Anthony Bourdain isolou-se no fim. O “porquê” é uma resposta demasiado complexa, mas seria provavelmente uma mistura de solidão e sentimento de fracasso a nível paternal e afetivo.