Les Yeux Sans Visage (1960)
O seu mérito está nas suas proezas cinemáticas e temáticas – no tanto que diz com poucas palavras.
O seu mérito está nas suas proezas cinemáticas e temáticas – no tanto que diz com poucas palavras.
Cada plot twist, cuidadosamente colocado na narrativa, enriquece a experiência, tornando a narrativa não apenas envolvente, mas também um prazer constante.
É uma obra que merece ser vista e revisitada, não apenas pela sua narrativa poderosa, mas também pela importância de se dar voz a histórias frequentemente ignoradas e esquecidas.
Não irá, certamente, entrar para a história do cinema mas também não ofende, desenvolve a sua premissa de forma despretensiosa e estica o conceito da paralisia explorando-o em diferentes situações.
É um filme que captura perfeitamente o desalojamento, literal e espiritual, de todo um povo, de um país que viu até as suas ruínas transformadas em propaganda sionista, que assiste impotente à erosão do seu lugar e da sua gente ao longo de gerações.
A abordagem naturalista e assente na realidade de Michelle e Noel Keserwany revela-nos uma realidade invisível para muitos, mas essencial para compreender o mundo.
É um convite inquietante para examinarmos a linha ténue entre a fascinação e a repulsa, desafiando-nos a reconsiderar nosso papel como espectadores numa sociedade que se alimenta do macabro.
É seguro afirmar que nem todas as decisões foram as mais correctas, com algumas alterações desnecessárias e outras menos felizes, mas todas as escolhas feitas permitem dar à narrativa um ritmo de louvar onde os tempos mortos não existem.
Amor, desamor e erotismo, história e política, género e identidade, poder e performance operam unissonamente e caoticamente brindando-nos com uma autêntica obra-prima.
Tecnicamente, volta a não trazer nada de novo ou de entusiasmante comparativamente a filmes do género, revelando pouca identidade.