Depois de ter passado pelo Queer Lisboa, o manifesto transgénero de Vera Drew viaja até ao Porto para mais uma sessão de Passos no Escuro, no Passos Manuel. A sessão decorre já no dia 26 de Fevereiro, quarta-feira, às 22h00, com legendas em português.
Vera Drew encantou e chocou o público com o seu filme de estreia, The People’s Joker – um retrato autobiográfico de uma pessoa transgénero ao tentar navegar por um mundo que a caracteriza como vilã. Foi talvez por isso que a cineasta tenha decidido contar esta história tomando como ponto de partida o universo criado pela DC Comics, mais especificamente, o universo de Batman e de toda a vilania que o povoa.
Após uma estreia atribulada, o resultado, que mistura imagem real com animação e cuja produção contou com uma campanha de crowdfunding, viu a sua estreia marcada para o Toronto International Film Festival. Mas nem tudo são rosas. Foi na véspera desta estreia que Vera recebeu uma carta da Warner ameaçando com um processo judicial por violação de direitos autorais caso a exibição seguisse em frente. Sem medos, o filme foi exibido, aplaudido e, pouco tempo depois, a pressão mediática levou a Warner a desistir do processo.
The People’s Joker é uma obra independente e verdadeiramente livre, onde a criatividade não conhece limites e as sequências parecem dançar ao som da lógica de um sonho. No ecrã vemos uma mulher a afirmar-se e a dar voz a todas as pessoas transgénero através da personagem que criou – Joker The Harlequin. O percurso pessoal é duro, mas o filme consegue ser hilariante e imaginativo, tornando-se num género por si só.
Apesar de este ser o primeiro trabalho de Vera Drew enquanto realizadora, a cineasta é responsável pelo trabalho de edição em séries como Comedy Bang! Bang!, Alone Together ou I Think You Should Leave. Nomes como Bob Odenkirk e Tim Heidecker, com os quais colaborou anteriormente, fazem parte do elenco alargado de The People’s Joker.
