Este terceiro conjunto de imagens com áudio, acompanha Laura (Anna-Maria Sieklucka) numa jornada para tentar perceber quem ama verdadeiramente: Massimo (Michele Morrone), o homem que a raptou e que possui mais red flags do que a Festa do Avante, mas que é protagonista do filme; ou Nacho (Simone Sussina) que a queria usar como moeda de troca, mas acabou por se apaixonar e isso faz dele uma boa pessoa.
Barbara Bialowas e Tomasz Mandes ficaram mais uma vez a cargo da realização da 3ª instalação deste franchise, e é notória a enorme evolução desta dupla que, desta vez, apostou numa estratégia audaz de não encher o filme com vários videoclipes e montagens… pelo menos nos dez primeiros minutos. Depois disso, até uma conversa que serviria como ponto de viragem não escapa à falta de bom senso.
A sinopse deste filme, mais uma vez, deve ser maior que o argumento inteiro. É uma hora e cinquenta minutos a ver Laura a tentar decidir entre o horrível e o menos mau, e a audiência ainda é obrigada a levar com o descaramento dos realizadores a fazerem de conta que isto se trata sequer de uma questão. Até a forma como tentam mostrar o desmoronar da relação dos protagonistas é simplória e resume-se a mostrar os personagens a focarem-se nos seus trabalhos, para esquecer a vida pessoal, culminando com Laura a esbarrar em Massimo e a ficarem os dois a olhar um para o outro, até que a música da montagem acabe.
Também é incrivelmente divertido como tentam convencer o público que Nacho está bastante arrependido com todo o embaraço do filme anterior, mostrando este boneco a posar para a câmera como se o cameraman estivesse ali para tirar fotografias para a GQ, e não para filmar um filme. Tendo em conta o que foi apresentado, claramente que o cameraman não estava ali para gravar um “filme”, mas deu para entender a ideia. O máximo que este The Next 365 Days faz é colocar Nacho a dizer algumas coisas que qualquer pessoa concorda como se isso fosse torná-lo num personagem interessante… É muito a vibe do clássico ”parabéns por cumprires os mínimos”.
Pior que um filme mau, é um filme pretensioso a níveis estratosféricos e sem qualquer noção do ridículo que tem em mãos. As discussões do filme parecem ter sido redigidas por uma criança do sétimo ano que acabou de ler a saga Twilight e que agora quer ser escritor. Para os mais sensíveis, obviamente que esta comparação é um exagero, até porque seria bem mais interessante ver um filme baseado nisso do que um minuto sequer de qualquer um dos filmes desta trilogia.
The Next 365 Days só não é tão aberrante como o último filme porque, pelo menos, no meio das montagens ainda vai tendo alguns diálogos. A história não tem emoção, os personagens têm o desenvolvimento equivalente ao respeito que os realizadores têm pela sétima arte, já para não falar de um argumento que não possui qualquer pingo de noção da parvoíce da história, e da capacidade enorme destes atores de transformarem qualquer espécie de diálogo na coisa mais constrangedora que alguma vez já passou em tela. Pensando melhor, é difícil perceber se o facto de ter mais diálogos é uma melhoria.