The Adam Project (2022)

de Guilherme Teixeira

Realizado por Shawn Levy, The Adam Project conta a história de Adam Reed (Walker Scobell), um rapaz de 12 anos que sofre com a morte do seu pai. Certa noite, Adam depara-se com um piloto ferido, escondido na sua garagem, e descobre que esse homem é a sua versão do futuro (Ryan Reynolds).

O que salta à vista, nesta história, é a interação entre Walker Scobell e Ryan Reynolds. Apesar de todas as explosões de CGI, são os pequenos momentos onde o Adam do futuro repreende e ensina algo ao Adam do presente que criam um ambiente engraçado e influenciam a audiência a imaginar o que diria ao seu “eu” do passado.

Porém, os verdadeiros méritos do filme não vão muito mais longe que isto, pois, a partir de um certo ponto, o filme começa a dar demasiada atenção a arcos secundários que são irrelevantes ou sofrem por falta de desenvolvimento, como a relação entre Adam (adulto e criança) e a sua mãe (Jennifer Garner), que, por sinal, aparece em poucas cenas para uma personagem que se propõe a estar muito próxima do centro emocional do filme. Além disto, os vários momentos que envolvem Adam e o seu pai (Mark Ruffalo), revelam-se como outra estranha escolha narrativa, pois a história acaba por se centrar demasiado na versão adulta, deixando o jovem Walker Scobell demasiado fora de cena, como se não fosse suposto estar ali.

Quase todos os momentos que envolvem Ryan Reynolds com as restantes personagens acabam por ser simplesmente genéricos com diálogos demasiado simplórios, capazes de revirar os olhos. Incluindo, um romance que não contribui em nada para o desenvolvimento da história, exceto para justificar a presença de Zoe Saldana e demonstrar a malvadez da vilã (Catherine Keener).

The Adam Project preenche na perfeição a checklist daqueles filmes que uma pessoa assiste na televisão. Uma história demasiado básica, com respostas ainda mais básicas, para fazer com que o público não pense muito e para que simplesmente passe uma tarde a derreter o cérebro. Tem momentos que são de aquecer o coração e outros de revirar os olhos. As cenas de ação, apesar de terem um CGI horrível, são divertidas e a química dos dois protagonistas acaba por ser, de certa forma, contagiante, porém, não o suficiente para elevar o filme para outro patamar.

2/5
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