Stranger Things – 4ª Temporada Vol.2

de Antony Sousa

Ora, onde íamos nós? Ah sim, Hawkins está em grande perigo, e os nossos amigos estão separados, mas juntos no objectivo de salvar o mundo como o conhecemos, dos perigos do universo upside down. No final do volume 1 é-nos revelada a verdadeira identidade de Vecna, e a sua origem, e tudo estava em standby, pronto para nos oferecer um banquete com tudo o que temos direito em Stranger Things e, gente boa, que banquete portentoso este!

Este epílogo da 4ª temporada foi dividido em 2 episódios, o primeiro sensivelmente com a duração dos restantes – cerca de 1 hora e 20 minutos – e o segundo um grand finale de praticamente 2 horas e meia! Se considerarmos que o volume 1, sendo bastante condizente com o nível exigido pela marca Stranger Things, era no fundo um aquecimento para o volume 2, o oitavo episódio, e por isso o primeiro dos dois que saíram no dia 1 de Julho, foi uma aceleração desse aquecimento, para estarmos bem preparados para um final épico! Reencontros muito esperados, planos definidos para derrotar Vecna, emoção e superpoderes já são coisas que encontramos no episódio 8. Uma rampa para o salto de uma vida, sólida, nem demasiado íngreme nem linear, o suficiente de quem sabe o que tinha em seu poder para nos entregar a seguir.

O 9º e último episódio da 4ª temporada é uma autêntica bomba atómica! Deixa-nos com crateras no coração e na mente, ambos sedentos por mais coisas estranhas nas nossas vidas. A edição é magistral, minuciosa no domínio das nossas emoções, brincando com elas, mas com respeito, consciente da sua responsabilidade. O CGI, que foi dos aspectos menos interessantes dos primeiros sete capítulos pareceu aprimorado, e a fantasia e terror estiveram de braço dado com o elemento super-herói, o humor, o drama, a acção, e a ligação palpável das personagens entre si. Eddie e Dustin têm todo um bromance inesquecível, Steve e Nancy baralham-nos as contas em relação ao que achamos da sua relação, Will e Mike é todo um enredo só por si, Hopper e Joyce quase nos fazem esquecer que existiu Bob Newby (Sean Astin), enfim… está tudo certo, mesmo no que nos possa soar errado por doer. O nosso coração pára várias vezes, só para ser reanimado a seguir com desfibriladores na máxima potência! O ritmo é frenético até chegar à meia hora final, que serve sobretudo como um imponente teaser da 5ª e última temporada que, como já se sabe, sairá em 2024 (Why Duffer Brothers?! I mean, just… WHY?!).

Se no primeiro volume houve muito equilíbrio entre os episódios, com destaque para uma cena em particular que fez com que Kate Bush quebrasse todos os recordes com Running Up That Hill, que foi produzido há mais de 30 anos; no volume 2 são inúmeras as cenas marcantes que vão sempre ser recordadas quando a série for mencionada! Épico é mesmo o termo que mais surge na superfície da mente.

Todo o elenco que acompanhamos de perto no volume 1 está no topo das suas capacidades, todos têm momentos para brilhar e não desperdiçam a oportunidade nem defraudam as expectativas. O envolvimento que sentimos com as personagens mais antigas por as termos visto crescer ao longo dos anos, e pelas novas por serem tão bem introduzidas, pensadas, e escritas, é tão grande que é difícil separar o lado emocional do racional, algo que honestamente é muito raro acontecer.

Quem gosta de Stranger Things vai derramar lágrimas, gritar, tapar a boca de espanto e medo, e acima de tudo mudar-se a 100% para o universo da série neste segundo volume. Nada mais importará até aparecerem os créditos finais. Para quem ainda não viu a série, acho sinceramente que só para poder chegar ao episódio 9 da temporada 4, vale a pena ver tudo mesmo que não se adore o produto.

4.5/5
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