Samaritan (2022)

de Guilherme Teixeira

Realizado por Julius Avery, Samaritan é uma produção original da Amazon Prime e conta a história de Sam (Javon Walton), um rapaz de treze anos que desconfia que o seu vizinho, Sr. Joe Smith (Sylvester Stallone), é o herói Samaritan, vigilante de Granite City, que tinha sido dado como morto depois de uma grande batalha contra Nemesis, o seu grande rival.

Samaritan perdeu uma bela oportunidade de construir algo diferente, ou pelo menos, sendo dos mesmos moldes dos filmes de heróis já estabelecidos, apresentar uma identidade própria que criasse alguma curiosidade em saber mais sobre este universo.

O filme falha logo na criação dessa tal mitologia em torno da rivalidade entre Nemesis e Samaritan, começando por apresentar no início a história de ambos, mas depois falhando redondamente em aprofundá-la durante o resto do filme, dando a sensação que apressaram esse arco para poderem fechar com a narrativa principal. Em certos momentos acaba mesmo por parecer que as únicas pessoas interessadas nestas figuras são as pessoas que estão diretamente envolvidas com essa narrativa central.

A própria construção da história é feita de uma forma demasiado artificial. Samaritan só arranca verdadeiramente quando Edwin (Johan Philip Asbæk) e os seus capangas roubam o martelo forjado por Nemesis para assim instalar o caos e continuar o seu legado na luta contra os poderosos corruptos. Porém, para além de tratar este vilão (Edwin) como uma espécie de maluquinho descontrolado sem qualquer motivação – por outras palavras, cliché elevado à potência máxima -, o filme falha também, em primeiro lugar, em mostrar quem são esses ricos corruptos e, em segundo lugar, em que medida é que essa corrupção afetou a vida naquela cidade. Simplesmente, de um momento para o outro, começam a haver tumultos na rua sem qualquer razão, para além da necessidade de avançar com o argumento e dar uma razão para a personagem de Stallone aparecer.

Já a relação entre o protagonista, Sam, e a personagem de Stallone, Joe, acaba por convencer, apesar de ser bastante subdesenvolvida, ficando muito por conversas que dão a oportunidade a Stallone de dizer algumas frases de efeito.

Samaritan não traz nada de novo para o género, nem sabe lidar com a já batida fórmula dos filmes de super-heróis. Tem arcos subdesenvolvidos, personagens para lá do cliché e um complemento gráfico que chega a incomodar bastante. Porém, Stallone está no filme e isso já é algo.

2/5
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