O Porto/Post/Doc terá lugar entre os dias 16 e 26 de novembro em vários espaços da cidade do Porto, com uma programação transversal de sessões de cinema, conversas, atividades dedicadas à indústria do cinema, concertos e outros espaços de contacto com a música. Lançado agora o programa final da edição 2022 do Porto/Post/Doc, este apresenta um total de mais de cem filmes que irão marcar os dez dias do festival, propondo um olhar transversal sobre o cinema contemporâneo e as obras de cineastas que têm vindo a marcar a história do cinema.
A abrir o festival, numa sessão a ter lugar no Coliseu Porto Ageas, Hallelujah: Leonard Cohen, A Journey, A Song, filme de Daniel Geller e Dayna Goldfine sobre a história da intemporal canção de Leonard Cohen. A cerimónia de entrega de prémios contará com a exibição de All the Beauty and the Bloodshed, filme de Laura Poitras sobre a artista e ativista Nan Goldin. Este filme é mostrado numa parceria com o LEFFEST.
O ciclo de conversas Fórum do Real será marcado pelo tema central do festival, Neurodiversidade. As quatro conversas abordarão as questões específicas das representações da saúde mental no cinema e o trabalho criativo com, e por, pessoas neurodiversas. Integrarão os painéis, entre outros, o maestro Martim Sousa Tavares, o realizador Jorge Jácome, o psiquiatra Adrian Gramary, o escritor Hugo Van der Ding, o fotógrafo Paulo Pimenta e o realizador Jorge Pelicano.
Novidade no festival é a criação do LABCeuta, um laboratório de cinema que propõe desenvolver atividades complementares em volta da competição Cinema Novo, onde o mote principal é a reflexão em torno do cinema como meio de expressão artística e de exploração de realidades. O mesmo integrará uma carta Branca à jornalista Teresa Vieira, conversas e atividades vocacionadas para os realizadores.
A edição 2022 do Porto/Post/Doc contará ainda com uma secção infanto-juvenil (School Trip), com propostas direcionadas a escolas e famílias, a tradicional competição Cinema Novo (com filmes de escola), assim como uma dimensão Industry, direccionada a profissionais nacionais e internacionais do setor. De volta estão também as sessões de cinema imersivo no Planetário, assim como o programa focado em novos talentos do cinema europeu (este ano dedicado a realizadores suíços) e o Cinefiesta.
Destaque também para o programa temático Nós, a Revolução, dedicado à obra dos cineastas húngaros Márta Mészáros e Miklós Jancsó; para o programa retrospectivo integral da obra de Sierra Pettengill e para o programa especial Europa 61, com doze filmes, produzidos em solo europeu.
Em 2022, a principal competição do festival regressa com oito longas-metragens, uma delas em estreia mundial e seis em estreia nacional. Entre o registo documental e a ficção, este conjunto de filmes permite uma viagem intercontinental pela diversidade contemporânea das paisagens sociais e políticas, permitindo um olhar panorâmico sobre os nossos dias. A House Made Of Splinters, Simon Lereng Wilmont |
Dedicada exclusivamente ao cinema falado em português, esta secção competitiva apresenta um conjunto de curtas e longas-metragens recentes e visa promover e divulgar a língua portuguesa em toda a sua diversidade, bem como as cinematografias dos vários países de língua portuguesa. Águas do Pastaza, Inês T. Alves |
Secção competitiva dedicada a documentários sobre música e movimentos culturais, esta secção apresenta uma selecção de filmes que abraça a diversidade de géneros. A Viagem do Rei, João Pedro Moreira |
Com vista a descobrir jovens talentos, o Cinema Novo reúne curtas-metragens realizadas por estudantes portugueses ou de instituições portuguesas, numa montra anual daquilo que melhor se faz nas escolas de cinema. Este programa conta com o apoio do Canal 180. A Felicidade e Coisas Mórbidas, Débora Gonçalves |
Assandira, Salvatore Mereu, Itália |
Uma nova geração de historiadores do cinema, que emerge do campo da história social, tem trabalhado em questões como classe, género, etnia, religião, deficiência e saúde mental. Herdando desse trabalho e com o objetivo de abrir novos espaços de debate, a edição 2022 do Porto/Post/Doc integrará um ciclo temático onde se pretende refletir sobre o conceito da neurodiversidade de forma justa e comovente. Jaime, António Reis |
Adoption, Márta Mészáros, 1975 |
Se há marca que se destaca no trabalho da arquivista e cineasta norte-americana Sierra Pettengill é a sua capacidade de colocar o passado a dialogar com o presente de uma forma que possibilita não só a documentação histórica, mas também o mapeamento da atualidade e dos perigos da “história que se repete”. Cinema essencial e urgente para descobrir no programa retrospectivo integral que o Porto/Post/Doc lhe dedica este ano. Graven Image, USA, 2017 |