Artista e cineasta Ana Vaz apresenta nova série de poemas cinematográficos na região do Porto.
Ana Vaz apresenta o segundo e novo episódio da série de poemas cinematográficos na Solar – Galeria de Arte Cinemática e no Batalha Centro de Cinema. Esta série descreve-se como, nas palavras da artista, “uma etnografia sci-fi de diferentes capitais europeias enquanto eixos do pensamento colonial. As cidades são vistas como alucinações, revelando aquilo que parece ausente e que contamina o que vemos: o seu passado colonial e os seus futuros desastres. Passado e futuro, histórias e presságios entrelaçam-se sob o olhar prismático de autores como Isabel Carvalho, Maïa Tellit Hawad e Olivier Marboeuf”.
Ana Vaz é uma artista e cineasta cuja prática cruza o cinema, a instalação e o texto performativo. É no limbo do contágio entre elementos histórico-etnográficos e especulações ficcionadas que as suas peças dissecam práticas destruidoras do nosso tempo e, talvez, daqueles que ainda virão. Profundamente implicados com a modernidade colonial e ambiental, os seus filmes imprimem experiências sensorialmente carregadas que testam a perceção humana, expandindo-a para lá dela própria, até outras forma de vida.
A relação da artista com a Curtas Metragens CRL iniciou-se com a presença de dois dos seus filmes na Competição Experimental do Curtas Vila do Conde – Festival Internacional de Cinema: Entre Temps, em 2012, e Há Terra!, em 2016. Estes pontos de contacto prepararam terreno para um novo e amplo projeto, cuja peça central é a sua exposição original O Que Aconteceu Ainda Está Porvir.
O primeiro capítulo foi comissionado e exposto no 24º prémio de arte contemporânea da Fundação Pernod Ricard em Paris, 2023. A Solar, em parceria com o Cinema Batalha, apresenta este novo capítulo dedicado à cidade do Porto, exibido de forma articulada em ambos os espaços, por meio de instalações de imagem em movimento, trabalho expandido de som e documentos de investigação, que fragmentam esta nova peça cinematográfica no plano expositivo.
Paralelamente, em parceria com o Circular Festival de Artes Performativas, o projeto expande-se até ao Teatro Municipal de Vila do Conde, onde tomará lugar não só um momento de leitura performativa conduzido pela artista – ou, mais precisamente, pela sua voz – intitulado Lysboa, Paraguay, como também a exibição de quatro filmes seus: Occidente; Há Terra!; Apiyemiyeki? e A Idade da Pedra. Já nas salas do Cinema Batalha, poder-se-á assistir à curta-metragem Meteoro, seguida de uma conversa que promete convocar alguns dos discursos sobre os quais esta série cinematográfica foi construída.
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EXPOSIÇÕES
O que aconteceu ainda está porvir
Solar — Galeria de Arte Cinemática | Vila do Conde
21.09.2024 — 09.11.2024
— inauguração e visita guiada: SÁB, 21 Set, 18:00
Batalha Centro de Cinema | Porto
19.09.2024 — 17.11.2024
— inauguração: QUI, 19 Set, 21:15
· LEITURA PERFORMATIVA
Lysboa, Paraguay
Teatro Municipal (Sala 2) | Vila do Conde
— DOM, 22 Set, 18:30
· FILMES
Meteoro (DOC, 2021, 23′)
Batalha Centro de Cinema (Sala 2) | Porto
— filme e conversa: QUI, 19 Set, 21:15
Occidente (DOC, 2015, 15′)
Há Terra! (DOC, 2016, 12′)
Apiyemiyeki? (DOC, 2019, 29′)
A Idade da Pedra (DOC/FIC, 2013, 29′)
Teatro Municipal (Sala 2) | Vila do Conde
— QUA, 25 Set, 21:30
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Ana Vaz é uma artista e cineasta nascida no Brasil, que passou também pela Austrália, Portugal e França, estabelecendo-se atualmente entre Paris e Brasília. Consequências ou expansões da sua cinematografia, as suas atividades incorporam-se também na escrita, pedagogia crítica, instalação ou caminhada coletiva. A sua primeira longa-metragem, É noite na América (2022), foi premiada em Locarno, Festival dei Popoli, EntrevuesBelfort e FIDOCS, e distinguida também com o Kazuko Trust Award pela Film Society of Lincoln Center (2015) e com o Grand Prize de Punto de Vista (2020), 25FPS (2020), Cinéma du Réel (2016), Media City Film Festival(2015), Fronteira Festival (2015), entre outros. Foi nomeada para o Prémio PIPA em 2017 e 2022. Entre as suas exposições individuais, destacam-se: É Noite na América, Jeu de Paume (Paris), Pivô (São Paulo) e Escola das Artes (Porto); The Voyage Out, LUX Moving Images (Londres); ou Profundidad de Campo, Matadero (Madrid). É fundadora do coletivo COYOTE, com Tristan Bera, Nuno da Luz, Elida Hoëg e Clémence Seurat, um grupo interdisciplinar que trabalha a ecologia e ciência política, através de formas experimentais (conversas, derivas, publicações, eventos e performances).