Encontro com foco no cinema de não-ficção, o MDOC – Festival Internacional de Documentário de Melgaço vai trazer-nos na sua 8ª edição, de 1 a 7 de agosto de 2022, o ponto de vista de criadores sobre diferentes realidades e preocupações que atravessam o mundo contemporâneo. O festival pretende promover e divulgar o filme documentário e contribuir para um arquivo audiovisual do território.
Um total de 32 filmes compõem a selecção oficial da edição deste ano do MDOC. A selecção internacional de filmes, prende-se com uma escolha que pretende reflectir sobre diferentes questões sociais, individuais e culturais que afetam as sociedades contemporâneas. No total estão representados 12 países num olhar transversal e intercontinental sobre as questões de identidade, memória e fronteira. A programação nacional integrará, entre outros, filmes de Inês T. Alves, Paulo Carneiro, Sérgio Tréfaut, Susana Nobre e Susana Sousa Dias.
Conectado com o território onde se insere, o MDOC propõe ainda um diálogo com os arquivos e memórias dos seus habitantes. Através do projeto Quem somos os que aqui estamos?, o evento desenvolveu um processo de recolha, digitalização e reinterpretação de fotografias de arquivos domésticos de habitantes das freguesia de Castro Laboreiro e Lamas de Mouro. Um trabalho que se traduzirá num ciclo de exposições de acesso livre.
A destacar ainda na programação, o X-RAYDOC, uma nova secção do festival coordenada por Jorge Campos, onde se fará a análise de um filme marcante na História do Documentário. Nesta edição, o escolhido foi Cabra Marcado Para Morrer, de Eduardo Coutinho. Luís Mendonça é o convidado para a conversa/debate.
No plano da formação, destaque para as oficinas de Mercedes Álvarez, que se propõe a olhar, através da experiência da realizadora, a construção e estudo do processo de criação de um filme documentário, ao longo de todas as suas fases; e de Filipe M. Guerra, onde se olharão as etapas de produção de documentários independentes de baixo orçamento, assim como se explorarão ideias sobre a forma como a produção audiovisual serve como espaço para a expressão de visões e opiniões.
O MDOC integra ainda uma competição de cartazes de filmes, assim como uma iniciativa de programação intensiva, o Salto a Melgaço, a ter lugar no fim-de-semana de 6 e 7 de agosto, que inclui projeção de filmes, visita a exposições, ao Museu de Cinema Jean-Loup Passek e ao Espaço Memória e Fronteira.
O MDOC havia já anunciado também o programa para o Fora de Campo, um curso que parte de projetos de pesquisa e narrativas digitais e audiovisuais para propor um debate em torno das relações entre a antropologia e o cinema, abrindo espaço para a troca de ideias e o contacto entre o contexto académico, as redes profissionais, as associações científicas e os cineastas.
Fica a conhecer a programação completa e mais informações em www.mdocfestival.pt

Alcindo, de Miguel Dores | Portugal, 2021, 79’

No Táxi do Jack, de Susana Nobre | Portugal, 2021, 70’

Paraíso, de Sérgio Tréfaut | Portugal, 2021, 84′

Viagem ao Sol, de Susana de Sousa Dias e Ansgar Schaefer | Portugal, 2021, 109’

Águas do Pastaza, de Inês T. Alves | Portugal, 2022, 61’

Mara, de Sasha Kulak | França, 2022, 61′

All Of Our Heartbeats Are Connected Through Exploding Stars, de Jennifer Rainsford | Suécia, 2021, 75’

Makeup Artist, de Jafar Najafi | República Islâmica do Irão, 2021, 76’

Four Seasons in a Day, de Annabel Verbeke | Bélgica, 2021, 75’

Hêza, de Derya Deniz | Iraque, 2022, 54’