IndieLisboa | 21º Festival Internacional de Cinema

O IndieLisboa regressa para mais uma edição e para inundar a cidade de Lisboa com as mais recentes estreias e novidades do cinema contemporâneo nacional e internacional. A 21ª edição do IndieLisboa acontece de 23 de maio a 2 de junho, nas salas habituais – Culturgest, Cinemateca Portuguesa, Cinema Ideal, Cinema Fernando Lopes, Cinema São Jorge e Piscina Municipal da Penha de França.

O Indie ocupa novamente as principais salas de cinema de Lisboa (São Jorge, Culturgest, Cinemateca Portuguesa, Ideal, Fernando Lopes), espalhando-se também em jardins, piscinas, locais nocturnos e universidades, com ainda mais surpresas para revelar. Este ano, a identidade visual foi comissionada ao ilustrador André Letria, que nos introduz um corvo desconstruído, feito de diversas partes que compõem um todo, um caos geográfico, político, artístico, como, de resto, é sempre, o cocktail cinéfilo IndieLisboa.

Competição Internacional

Dormir de Olhos Abertos, de Nele Wohlatz, Brasil/Taiwan, 2024, 97′

Com filmes provenientes de diferentes geografias e movimentos, a Competição Internacional, a secção do IndieLisboa que reúne trabalhos de novos e promissores realizadores, reflecte a procura de linguagens estéticas e formais inovadoras, assim como o esbater de fronteiras entre géneros e cânones. Acima de tudo, é uma secção que pretende ser uma reflexão sobre o estado do mundo, agora. No total são 12 longas e 34 curtas e aqui ficam alguns destaques:

Longas-Metragens

• • El Auge Del Humano 3, de Eduardo Williams
  • Rising up at Night, de Nelson Makengo
  • The Feeling That the Time for Doing Something Has Passed, de Joanna Arnow
  • Malqueridas, de Tana Gilbert
  • Dormir de Olhos Abertos, de Nele Wohlatz
  • The Missing, de Carl Joseph Papa

Curtas-Metragens

• • 27, de Flóra Anna Buda
  • Un Movimiento Extraño, de Francisco Lezama
  • Les Yeux Verts, de Sacha Teboul
  • Diamond Himalaya, de Mila Olivier
  • Christmas, Every Day, de Faye Tsakas
  • 512×512, de Arthur Chopin
  • The Oasis I Deserve, de Inès Sieulle

 

Seleção Silvestre

A Traveler’s Needs, de Hong Sang-soo, Coreia do Sul, 2024, 90′

Num alinhamento que cruza a ficção, documentário, animação e cinema experimental e não discrimina entre jovens talentos e nomes mais consagrados, a selecção Silvestre para 2024 apresenta 8 longas e 14 curtas. As abordagens podem ser distintas mas partilham entre si uma linguagem autoral singular, numa secção que mantém o foco competitivo mas deixou de ter escolhas fora de competição. Destaques:

Longas-Metragens

• • Between the Temples, de Nathan Silver
  • A Traveler’s Needs, de Hong Sang-soo
  • Mambar Pierrette, de Rosine Mbakam
  • Cidade; Campo, de Juliana Rojas
  • La Chimera, de Alice Rohrwacher

Curtas-Metragens

• • An Asian Ghost Story, de Bo Wang
  • Tornades, de Annabelle Amoros
  • The Diary of a Sky, de Lawrence Abu Hamdan
  • Piblokto, de Anastasia Shubina e Timofey Glinin
  • Two Wars, de Jan Ijäs

 

Retrospectivas

A Fidai Film, de Kamal Aljafari, Palestina / Alemanha / Catar / Brasil / França, 2024, 78′

Este ano, quando se comemora os 50 anos sobre a revolução de abril, olha-se para trás sem perder de vista o presente, com duas retrospectivas – a obra urgente de Kamal Aljafari, realizador e artista visual palestiniano; e uma homenagem às Campanhas de Dinamização Cultural e Acção Cívica do Movimento das Forças Armadas (MFA), com a exibição de alguns dos filmes que foram mostrados nessas campanhas, de autores como Cinda Firestone e o Grupo SLON de Chris Marker, contextualizadas com as reportagens da RTP feitas à época, que mostram um país efervescente. 

 

Director’s Cut

The Afterlight, de Charlie Shackleton, Reino Unido, 2021, 82′

A secção Director’s Cut, explora reflexões sobre cinema, filmes recuperados e recontextualizados, num diálogo constante entre passado e presente. Secção não competitiva cuja selecção de filmes mergulham na memória do cinema como sua principal inspiração e matéria-prima, e filmes que trabalham o património visual cinematográfico.

Destaque para Une Chronique Américaine, de Alexandre Gouzou e Jean-Claude Taki, um filme sobre um filme de Michelangelo Antonioni que nunca chegou a existir. Afterlight existe apenas numa cópia de 35 mm, incorporando o desgaste natural em cada passagem do filme, até se erodir definitivamente — esta será a sua 56.ª exibição, e uma oportunidade única. Os Homens Que Eu Tive questiona padrões culturais e o que era ou não permitido a uma mulher. O filme é um soft-core feminista, visto à época como uma ameaça moral aos valores da família patriarcal burguesa. R21 aka Restoring Solidarity recupera o movimento japonês de solidariedade com a Palestina e a causa da autodeterminação. Nas curtas, o grande destaque vai para a colecção de quatro curtas que Chantal Akerman fez como parte do exame de admissão ao Institut Supérieur des Arts. O Primeiro Olhar de Chantal Akerman mostra, com uma inocência e pureza surpreendentes, a vida na cidade de Bruxelas e em Knokke, na costa belga, e incluem a irmã e a mãe da realizadora, que será uma figura recorrente da sua futura obra.

 

IndieMusic

Lil Nas X: Long Live Montero, Carlos López Estrada, Zac Manuel, EUA, 2023, 95’

A ligação entre o cinema e a música está no epicentro desta secção competitiva. Mergulha, não raras vezes, nos contextos históricos, políticos e sociais que acompanham as movimentações musicais dos filmes seleccionados. O IndieMusic é uma secção competitiva que, em 2024, dá a conhecer movimentos musicais e uma programação eclética que navega entre bandas mais reconhecidas pelo grande público e outras novidades cheias de contextos temporais, políticos e sociais, não só úteis quanto necessários para repensar os dias de hoje.

• • 25 Canções de Abril, Luís Gaspar, 57’ (especial Canção, Intervenção, Revolução)
  • As Fado Bicha, Justine Lemahieu, 81’
  • Com amor, Medo, Telmo Soares, 23’
  • Esta ambición desmedida Cris Trenas, Rogelio Gonzalez, Santos Bacanal, 118’
  • In Restless Dreams: The Music of Paul Simon Alex Gibney, 209’
  • June Kristen Vaurio, 98’
  • Lil Nas X: Long Live Montero Carlos López Estrada, Zac Manuel, 95’
  • Louder Than You Think Jed I. Rosenberg, 90’’
  • Mama Africa Mika Kaurismäki, 92’ (especial Canção, Intervenção, Revolução)
  • Mutiny In Heaven: The Birthday Party Ian White, 99’
  • Ricardo Martins: Ressoar Carlos Miranda, 22’
  • Soundtrack to a Coup d’Etat Johan Grimonprez, 150’
  • Sur La Stre Nuro, Na Corda Bamba Luís Fernandes, 85’
  • We are Fugazi from Washington DC Joseph Pattisall, Joe Gross, Jeff Krulik, 96’

 

Boca do Inferno

Cobweb, de Jee-woon Kim, Coreia do Sul, 2023, 135′

A secção Boca do Inferno traz- nos os filmes mais recentes de horror, thriller, e gore. No entanto, não se tranca estritamente nas temáticas de terror e expande-se como sempre com humor também, cultivando um cinema de culto habituado a uma cinefilia dark, absurda, e sarcástica. Como sempre, esta secção traz sessões especiais e outras surpresas, como a MARATONA nocturna no cinema Ideal para cumprir o verdadeiro significado de “noitada” para os cinéfilos (uma sessão que se inicia pelas 23h e segue pela noite fora até às 6h da madrugada).

A Boca do Inferno tem, pela primeira vez este ano, o fundamental apoio da FILMIN, que arrisca acompanhar esta que é uma das secções mais desafiantes e entusiasmantes do festival.

Longas-Metragens

• • Cobweb, de Jee-woon Kim, 135’
  • L’Empire, de Bruno Dumont, 110’
  • Late Night with the Devil, de Cameron Cairnes, Colin Cairnes, 93’
  • Le Vourdalak, de Adrien Beau, 87’
  • Rotting in the Sun, de Sebastián Silva, 112’
  • Steppenwolf, de Adilkhan Yerzhanov, 102’
  • The Royal Hotel, de Kitty Green, 90’

Curtas-Metragens

• • Birds Whose Legs Break Off, de Dirk Verschure, 7’
  • Fishmonger, de Neil Ferron, 25’
  • Sweet Juices, de Will Suen, Sejon Im, 15’
  • Transylvanie, de Rodrigue Huart, 15’
  • The Lovers, de Carolina Sandvik, 16’

 

Smart7

Greice, de Leonardo Mouramateus, Portugal / Brasil 2024, 110’

A 2ª edição de um programa de competição europeu que nasceu da aliança de cooperação entre 7 festivais de 7 países com o intuito de fomentar a circulação de títulos europeus. Parte do programa MEDIA da Europa Criativa da UE, esta secção é competitiva, itinerante e colaborativa. Os filmes serão avaliados por um júri composto por estudantes universitários de cada país e o filme vencedor receberá um prémio de 5.000 euros.

• • Five and a Half Love Stories in an Apartment in Vilnius, Lithuania, de Tomas Vengris, 112’
  • Greice, de Leonardo Mouramateus, 110’
  • Natatorium, de Helena Stefánsdóttir, 105’
  • On The Go, de Julia de Castro, María Gisèle Royo, 72’
  • This is Not My Film, de Maria Zbaska, 99’
  • The Summer with Carmen, de Zacharias Mavroeidis, 106’
  • Where Elephants Go, de Catalin Rotaru, Gabi Sarga, 111’

 

IndieJúnior

A Menina com os Olhos Ocupados, de André Carrilho, Portugal, 2024, 8′

Para o público mais pequeno, existem sessões de cinema para todas as idades, para escolas e famílias, um cinema de colo para bebés, oficinas e actividades, um filme-debate, e muito mais. De 23 de maio a 2 de junho, o melhor do cinema infantil e juvenil pode ser visto no Cinema São Jorge, Culturgest, Cinema Ideal, Biblioteca Palácio Galveias e na Piscina da Penha de França. 

Para além da panóplia de curtas de animação de vários cantos do mundo, o IndieJúnior traz, como sempre, momentos de convívio memoráveis. A começar pela Festa ao Ar Livre do dia 25 de Maio, nos jardins da Biblioteca do Palácio Galveias. Após a estreia de Os Amigos do Gaspar: Uma Reunião na Cidade, que inclui uma performance ao vivo dos bonecos do Gaspar, partimos para o jardim para uma tarde de exploração criativa através das nossas oficinas. Esta festa inclui ainda teatro de marionetas com Os Dom Robertos da SA Marionetas. Há ainda uma programação pensada para famílias e bebés até aos 3 anos: o cinema de colo acontece com cinema e com oficinas, de lotação limitada. A maior parte das oficinas são gratuitas, salvo algumas excepções, que requerem inscrição prévia.

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Conhece a programação completa e mais informações em: indielisboa.com