IndieLisboa | 20º Festival Internacional de Cinema

de Fio Condutor

Já falta pouco para a vigésima edição do IndieLisboa e a programação já se encontra completa! A edição de 2023 terá lugar entre o Cinema São Jorge, a Culturgest, a Cinemateca Portuguesa, o Cinema Ideal, o Cinema Fernando Lopes e a piscina da Penha de França, entre os dias 27 de abril e 7 de maio. Os bilhetes já se encontram à venda.

A abertura desta edição do IndieLisboa recupera o mood do cinema indie norte-americano com o filme Something You Said Last Night, uma estreia muito segura da realizadora e guionista Luis De Filippis. Uma obra sobre emoções universais – amor, vergonha e resiliência, e um filme perfeito para abrir o apetite para as escolhas dos 20 anos do festival. Para o encerramento, The Adults, o novo filme de Dustin Guy Defa, será a despedida despretensiosa e charmosa que fecha em grande desta edição do festival. 

Competição Internacional é uma das secções mais aguardadas do festival, reunindo trabalhos de novos e promissores realizadores, assim como autores que o festival acompanha desde sempre, como Lois Patiño e Lola Quivoron. Uma seleção fortíssima para a celebração dos 20 anos do IndieLisboa, com 12 longas-metragens e 29 curtas-metragens de geografias e estéticas distintas, que inclui a estreia nacional de After de Anthony Lapia; Rodeo, o filme de estreia da jovem realizadora Lola Quivoron; e os regressos de Lois Patiño, com Samsara, e de Ali Cherri, com a sua primeira longa-metragem Le Barrage.

A Competição Nacional regressa com 6 longas-metragens, 3 médias-metragens e 16 curtas-metragens, com vários regressos ao festival e um punhado de estreantes.

Depois de ter vencido o prémio Melhor Longa-Metragem Portuguesa no IndieLisboa 2021 com No Táxi do JackSusana Nobre regressa ao festival com Cidade Rabat, uma comédia melancólica sobre Helena, que aos quarenta anos se sente presa entre as responsabilidades familiares e a burocracia do seu trabalho enquanto produtora de cinema. Estarão também presentes Astrakan 79 de Catarina Mourão; Índia, a estreia de Telmo Churro nas longas-metragens; Rosinha e Outros Bichos do Mato de Marta Pessoa, onde o mito de que “Portugal não é um país racista” é explorado; e A Primeira Idade de Alexander David.

A última longa-metragem da Competição Nacional é o díptico Mal Viver | Viver Mal, de João Canijo. Acabado de chegar do brilharete da BerlinaleMal Viver acompanha a família que gere um hotel decadente na costa norte de Portugal. A relação entre estas mulheres só piora com a chegada da neta, que traz ao de cima anos de ressentimentos em lume brando. Viver Mal foca-se nos hóspedes do hotel ao longo de um fim de semana – responsabilidades, traições e enganos. Três famílias vivem melodramas sob a lupa de Canijo.

Nas curtas-metragens nacionais, destaque para Dildotectónica de Tomás Paula Marques; Pátio do Carrasco de André Gil Mata, uma adaptação do conto de Franz Kafka Um Fratricida; Carmen Troubles de Vasco Araújo; e a estreia mundial de A Febre de Maria João, dos gémeos Afonso Bernardo Rapazote, um drama passado no século XIX, vivido num único espaço de representação.

Nas Sessões Especiais, onde se incluem os filmes de abertura e encerramento, destaque também para OrlandoMa Biographie Politique de Paul B. Preciado, filme-sensação do último Festival de Berlim. A partir do clássico de Virginia Woolf, o escritor tornado realizador convocou um casting com 25 pessoas diferentes, todas trans e não binárias, dos 8 aos 70 anos, para interpretarem Orlando, enquanto narram as suas próprias vidas e ao mesmo tempo questionam: “Quem são os Orlandos contemporâneos?”. Menção também para Primeira Obra de Rui Simões, veterano documentarista que conseguiu apoios para uma estreia na ficção após 40 anos de tentativas. Ainda nas sessões especiais, 1976, a estreia de Manuela Martelli na realização, é um óptimo exemplo de film noir chileno, que tenta desmontar as sequelas da ditadura fascista.

Na Boca do Inferno, a secção do festival dedicada ao desconcertante e ao bizarro, 2023 oferece-nos um alinhamento extenso e variado, com escolhas que variam desde comédias ácidas cringe até adaptações de clássicos sci-fi japoneses. No total são sete longas, de autores com história no festival, como Quentin Dupieux e Kristoffer Borgli, e estreantes nestas lides, como Beth de Araújo e Chloe Okuno. Nesta edição haverá ainda o regresso da Maratona Boca do Inferno, depois de um interregno de três anos. Uma noitada de cinema com curtas e longas, que acaba ao nascer do sol. Este ano, o grande destaque do Boca do Inferno é Pearl, novo filme de Ti West, um dos grandes autores do cinema de género actual.

Regressa também o Novíssimos, a secção competitiva composta por um conjunto de filmes de jovens cineastas que estão a dar os seus primeiros passos no cinema. Este ano são 18 curtas-metragens, algumas realizadas em contexto escolar, outras feitas independentemente de qualquer apoio. Este ano, a secção tem um novo prémio MUTIM – Mulheres Trabalhadoras das Imagens em Movimento, numa programação com muitos filmes íntimos e pessoais.

A Retrospectiva da 20ª edição do IndieLisboa leva-nos até à antiga Checoslováquia: um dos mais interessantes e indispensáveis realizadores vivos, Jan Švankmajer, é o mestre debaixo do holofote de 2023, cuja obra irá poder ser vista na Cinemateca Portuguesa. O ciclo Jan Švankmajer, o Surrealista contará também com a estreia nacional do último título do autor, Kunstkamera (2022). Švankmajer anunciou a sua retirada do cinema o ano passado. 

O programa 5L deste ano chama-se Cinema-Cidade e resulta da já habitual parceria entre o IndieLisboa e o Lisboa 5L, o festival de literatura e língua portuguesa promovido pela Câmara Municipal de Lisboa. Dedicado este ano ao tema Centro e Fugas, o Lisboa 5L celebra a faceta multicultural da vida da cidade através de um programa que põe em evidência ligações e rupturas entre centro urbano e periferia. No total são 3 longas e 4 curtas – O Fim do Mundo de Basil da Cunha, vencedor do Prémio de Melhor Longa-metragem Portuguesa no festival IndieLisboa de 2020; La Haine, clássico do cinema francês sobre abusos policiais nos bairros pobres de Paris; Outros Bairros, um documentário sobre os adolescentes de origem africana nascidos em Portugal. Nas curtas, dois documentários – No’i de Aline Magrez e Villeneuve de Agathe Poche – e uma animação, Fest de Nikita Diakur. A única ficção é Mistida de Falcão Nhaga, que estreou na edição de 2022 do IndieLisboa.

Sete festivais europeus de sete países diferentes uniram forças para criar o Smart7, com o objectivo de fomentar a circulação transnacional de títulos europeus. A rede é composta pelos seguintes festivais de cinema: Festival Internacional de Cinema New Horizons (Polónia), IndieLisboa – Festival Internacional de Cinema (Portugal), Thessaloniki International Film Festival (Grécia), Festival Internacional de Cinema da Transilvânia (Roménia), Festival Internacional de Cinema FILMADRID (Espanha), Festival Internacional de Cinema de Reykjavik (Islândia) e Festival Internacional de Cinema de Vilnius Kino Pavasaris (Lituânia). A lista de filmes em competição é a seguinte: Black Stone, de Spiros Jacovides (Grécia); Bread and Salt, de Damian Kocur;  Índia, de Telmo Churro (Portugal); Mammalia, de Sebastian Mihailescu (Roménia); Mannvirki, de Gústav Geir Bollason (Islândia); Remember to Blink, de Austėja Urbaitė (Lituânia) e Secaderos de Rocío Mesa (Espanha).

Dois acrescentos de peso no IndieMusic – o ciclo dedicado aos 50 anos do hip-hop, com curadoria de Sam the Kid, e Little Richard: I Am Everything. Para o ciclo, Sam the Kid, cinéfilo convicto, escolheu Scratch; Beats, Rhymes and Life – The Travels of A Tribe Called Quest e CB4 como filmes representativos da cultura hip-hop. Little Richard: I Am Everything recupera as origens queer e negras do rock n’ roll através do incrível legado Little Richard, ícone complexo recém-falecido.

Mais informações e programação completa da 20ª edição do IndieLisboa em: www.indielisboa.com

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