Festival Política em Loulé

de Fio Condutor

Após as edições de Lisboa e de Braga em abril e maio de 2022 – que contaram com mais de três mil participantes – o Festival Política chega agora ao Algarve. Entre os dias 22 e 24 de Setembro de 2022, o Cineteatro Louletano será o epicentro das atividades da primeira edição do Festival Política em Loulé, que terá também atividades no Palácio Gama Lobo, no Solar da Música Nova, nos Banhos Islâmicos e na Escola Secundária de Loulé.

Serão três dias preenchidos com cinema, espetáculos, música, humor, workshops, conversas/debates e instalações, tendo a Desinformação como tema transversal e a guerra na Europa como pano de fundo. A programação de cinema conta com 10 filmes que abordam os temas da liberdade, democracia, cidadania e direitos humanos.

Bustagate (2020) 
de Welket Bungué, 12’ (Portugal) – 22 de setembro, às 19h | Cineteatro Louletano 

Depois do incidente do Bairro da Jamaica (zona da margem Sul de Lisboa) eis o panorama escandaloso da violência e desigualdade social em Portugal. Um filme-intervenção póstumo à sua personagem imaginária, dedicado aos portugueses.

Still de Bustagate, de Welket Bungué


Alcindo
(2021)
de Miguel Dores, 79’ (Portugal) – 22 de setembro, às 19h |  Cineteatro Louletano

A 10 de Junho de 1995, sob o pretexto múltiplo de celebrar o Dia da Raça e a vitória para a Taça de Portugal do Sporting, um grupo de etno-nacionalistas portugueses sai às ruas do Bairro Alto para espancar pessoas negras que encontra pelo caminho. O resultado oficial foram 11 vítimas, uma delas mortal, cuja trágica morte na Rua Garrett atribui o nome ao processo de tribunal – o caso Alcindo Monteiro.  

Still de Alcindo, de Miguel Dores


Quo Vadis, Aida?
(2020)
de Jasmila Zbanic, 101’ (Bósnia, Áustria, Roménia e Holanda) – 22 de setembro, às 21h | Cineteatro Louletano

Bósnia, Julho de 1995. Aida Selmanagić (Jasna Djuricic) trabalha como tradutora para a ONU em Srebrenica. Quando uma unidade do Exército da República Sérvia ocupa a região, até aí considerada uma área de segurança sob a proteção das Nações Unidas, ela vê a própria família entre as milhares de pessoas que procuram proteção nos campos de refugiados. Como está presente em reuniões das equipas de manutenção de paz, Aida tem acesso a informações desanimadoras. Nomeado para o Óscar de melhor filme internacional. Exibido em parceria com o Gabinete do Parlamento Europeu em Lisboa.

Still de Quo Vadis, Aida?, de Jasmila Zbanic



Tout le Monde dit la Chatte
(2021)
de Clémentine Beaugrand, 12′ (França) –  23 de setembro, às 22h30 |  Cineteatro Louletano

A masturbação feminina aos olhos de mulheres de diferentes gerações. Delicadamente, apesar do desconforto causado pelo tabu da masturbação, as suas vozes dão início a uma conversa e tornam este diálogo possível.

Still de Tout le Monde dit la Chatte, de Clémentine Beaugrand


A Arte do Sexo (2021)
de Matheus Ribeiro Nogueira, 20′ (Portugal) –  23 de setembro, às 22h30 | Cineteatro Louletano. 

A indústria pornográfica não é muito bem vista, principalmente pela falta de ética nas relações de trabalho e por problemas que ocorreram no passado. As personagens deste filme embarcam numa viagem para desmistificar e dignificar “A Arte do Sexo”.

Still de A Arte do Sexo, de Matheus Ribeiro Nogueira


A Música Invisível (2022)
de Tiago Pereira (Portugal) – 24 de setembro, às 18h | Auditório Solar da Música Nova.

Os ciganos têm presença na Península Ibérica pelo menos há 500 anos, no entanto em Portugal a sua música foi sempre quase esquecida, pouco conhecida, pouco gravada. Hoje essa música distingue-se muito por rumbas e fados, mas também por muita música religiosa e algum rap. Existem também músicos que não sendo ciganos se apaixonam por esta música e a adotam. Viajamos então pelo país para conhecer esta música invisível.

Still de A Música Invisível, de Tiago Pereira


O Berloque Vermelho (2021)
de André Murraças, 8’ (Portugal) – 24 de setembro, às 22h30 | Cineteatro Louletano

Um homem recebe de um amigo um berloque em forma de coração para pôr ao pescoço. Quando a jóia desaparece, o homem entra em pânico e não consegue lidar com os sentimentos que o gesto e a perda do berloque lhe suscitam. Num ato louco e sangrento, fará o impensável. 

Still de O Berloque Vermelho, de André Murraças


O Ofício da Ilusão (2020)
de Cláudia Varejão, 6’ (Portugal) – 24 de setembro, às 22h30 | Cineteatro Louletano 

A arte da ilusão é esculpida com imagens de um arquivo familiar dos anos 70 e 80 e clips de som de filmes. Madame Bovary é a heroína de Flaubert e abre os anfitriões deste exercício narrativo. Com base no diálogo de Ema Paiva com o seu amigo e confidente Pedro Lumiares no filme “Vale Abraão”, de Manoel de Oliveira, entendemos a identidade de género como uma caracterização fechada dos valores sociais. 

Sill de O Ofício da Ilusão, de Cláudia Varejão


O Teu Nome É (2021)
de Paulo Patrício, 24’ (Portugal) – 24 de setembro, às 22h30 | Cineteatro Louletano. 

O olhar sobre o caso de homicídio de Gisberta Salce Jr., transexual, hiv-positiva, sem-abrigo e toxicodependente que foi brutalmente torturada e violada durante vários dias seguida por um grupo de 14 adolescentes no Porto, Portugal, em 2006. Centrado em temas como a memória, o estatuto social, a violência, a discriminação e a identidade de género, “O Teu Nome É” explora o relato preocupante de dois dos adolescentes condenados, agora jovens, e as memórias dos amigos transexuais de Gisberta, confrontando diferentes perspetivas e dimensões da condição humana. 

Still de O Teu Nome é, de Paulo Patrício


Tracing Utopia (2021)
de Catarina de Sousa e Nick Tyson, 20’ (Portugal e Estados Unidos) – 24 de setembro, às 22h30 | Cineteatro Louletano

Uma viagem virtual pelos sonhos e desejos de um grupo de adolescentes queer de Nova Iorque, uma Geração Z que vê o mundo com olhos diferentes e esperança no futuro. Um filme que ilustra a importância e o poder de encontrar uma comunidade.  

Still de Tracing Utopia, de Catarina de Sousa e Nick Tyson


A abertura do Festival Política em Loulé está marcada para dia 22 de setembro às 17h no Cineteatro Louletano, com o concerto de Sílvia Barros e a apresentação dos vencedores das bolsas para jovens. Todas as atividades do festival são de acesso gratuito e têm um compromisso com a inclusão – as sessões de cinema têm legendagem em português (incluindo os de língua portuguesa) e as atividades são acompanhadas por interpretação em Língua Gestual Portuguesa.

Podem consultar o programa completo em www.festivalpolitica.pt

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