O Festival Política regressa de 21 a 23 de abril ao Cinema São Jorge em Lisboa, e são muitas as propostas inclusivas e com entrada gratuita, do debate ao humor, passando pelo cinema e pela música, que se apresentam sob o tema deste ano, a Pós-Democracia.
A conversa cantada de A Garota Não, a exibição de duas dezenas de filmes, o concerto da rapper G Fema, a cerimónia de prémios Monstros do Ano, com a boa disposição de Fernando Alvim, ou o diálogo no feminino moderado por Selma Uamusse, integram o roteiro de três dias do principal festival do país dedicado aos direitos humanos e à cidadania. Um ano antes do meio século do 25 de abril, com os populismos e os extremismos que corroem a confiança nas instituições e nas eleições, o festival volta a ser um espaço de discussão e reflexão sobre o papel de cada individualidade na construção da democracia.
O primeiro dia do Política inicia-se pelas 17h30 com um painel de personalidades envolvidas em projetos de impacto positivo nas sociedades onde atuam, que responde à questão “Será o empreendedorismo uma nova forma de ativismo e participação cívica?”. Às 18h15, o Cara-a-cara com os/as deputados/as vai ocupar o foyer do 1.º andar do Cinema São Jorge e permitir o encontro entre cidadãos e deputados/as representantes dos partidos com assento na Assembleia da República. Destacam-se ainda neste dia, a conferência “A arte urbana: história, estética e politização” (19h00), apresentada pela escritora, historiadora e crítica de arte contemporânea Isabel Nogueira, e a conversa cantada da música e ativista A Garota Não, intitulada “Seleção Portuguesa: 10 milhões de convocados” (21h30).
Durante o dia 21 de abril, há também várias propostas cinematográficas, através das sessões “Portugal ao Espelho” (às 18h00), com cinco curtas-metragens dirigidas por realizadores nacionais, e Corpos Dissidentes (22h45). A longa-metragem Alcarràs, vencedora do Urso de Ouro do Festival de Berlim em 2022, da catalã Carla Simón, é exibida na Sala Manoel de Oliveira, às 19h15.
É também com cinema que arranca sábado: a sessão “Mulheres Que Lutam” (15h30) mostra quatro películas realizadas no feminino. Depois, pergunta-se às crianças entre os 7 e os 12 anos “O que é a Liberdade?”, na oficina de pensamento dinamizada por Rita Pedro, formadora e investigadora em Filosofia. A seguir à conversa-debate com a curadoria do projeto Kriativu, “Do sistema judicial ao prisional: Viés racial” (17h00), e à sessão “Contrastes” (17h30), composta por curtas oriundas de Portugal, Tunísia e Grécia, o Festival Política recebe o rap crioulo da MC G Fema, para um concerto, na Sala 2.
À noite, mas na sala principal do São Jorge, Fernando Alvim apresenta os míticos prémios Monstros do Ano, com os protagonistas, as frases e situações mais marcantes, e muito humor, numa “Edição quase quase política”, a partir das 21h30. O remate faz-se com três títulos da sétima arte made in Brasil: Seremos ouvidas, de Larissa Nepomuceno, Paulo Galo: Mil faces de um homem leal, de Iuri Salles e Felipe Larozza, e A viagem sem fim, de Priscyla Bettim e Renato Coelho.
O último dia do festival, 23 de abril, traz o documentário Novíssimas Cartas Portuguesas – que celebra os 50 anos do livro Novas Cartas Portuguesas e questiona o ponto em que se encontra a luta feminista -, o teatro infantil e atelier “Não se deixem enganar! Um conto panfletário de 2019”, para crianças dos 6 aos 10 anos, e o debate “Olhem para nós! Nós existimos!”, que questiona as adversidades enfrentadas pela Comunidade Surda.
Na programação, segue-se a conversa moderada pela música e ativista Selma Uamusse com outras mulheres que, nos seus diferentes ofícios, ocupam um lugar importante na construção da sociedade: a autora, palestrante e consultora de inclusão para a deficiência Mafalda Ribeiro e a atriz, apresentadora e locutora Cláudia Semedo. Também às 17h30, assiste-se ao filme alemão Absconded. Young Russians On The Run, de Anna Winzer, acerca dos cidadãos russos que não apoiam a política do seu país e não querem permanecer em silêncio sobre a guerra na Ucrânia.
Ao final da tarde, a festa de encerramento do festival fica a cargo da dupla Fado Bicha, que vai transformar o foyer do São Jorge numa autêntica pista dança, com um DJ set de música produzida em Portugal e lançada nos últimos 12 meses, em especial por mulheres e pessoas queer.
Nos três dias do Festival Política estão presentes as exposições de fotografia “Institucionalizado”, de Isa Marques e Airton Cesar Monteiro, e “Revelação”, com a curadoria do Kriativu e da CooLabora, respetivamente. Ambas têm descrição áudio realizada pelos autores/curadores, disponível no Cinema São Jorge.
As propostas vencedoras do concurso de bolsas para jovens artistas, ativistas ou criadores, lançado em parceria com o Instituto Português do Desporto e Juventude, são apresentadas a 22 de abril, às 16h30 (“Ensaiar a Democracia”, de Cláudia Lourenço), e a 23 de abril, às 20h00 (“Wh¥te Sheets”, de ZAYA).
No seu compromisso com a acessibilidade e a inclusão, o Festival Política garante entrada gratuita e interpretação em Língua Gestual Portuguesa em todas as atividades e eventos. Os filmes são legendados em português, incluindo os de língua portuguesa. A programação em braille está disponível para consulta nos dias do festival. Os bilhetes para cada sessão devem ser levantados no próprio dia, na bilheteira do Cinema São Jorge: sexta-feira, sábado e domingo, das 13h00 até ao início da última sessão.
Depois da edição em Lisboa, de 21 a 23 de abril, o Festival Política acontece em Braga, no Centro de Juventude, entre os dias 4 e 6 de maio.
O Festival Política é um conceito da Associação Isonomia e conta com a direção artística de Bárbara Rosa e Rui Oliveira Marques. Com coprodução da EGEAC e da Produtores Associados, tem o apoio institucional do Instituto Português do Desporto e Juventude e parcerias com Parlamento Europeu – Gabinete em Portugal, Real Pelágio, Kriativu, Chelas é o Sítio, RTP, FCB, Trix, MOP, dezanove, esQrever, Instituto Politécnico de Setúbal e this is ground control.
Toda a informação e programação estão disponíveis em www.festivalpolitica.