O Festival Caminhos do Cinema Português regressa a Coimbra para a sua 28ª edição entre os dias 5 e 19 de novembro, entre o Teatro Académico de Gil Vicente, a Casa do Cinema de Coimbra, o Auditório Salgado Zenha e o Convento de São Francisco.
Focado predominantemente na produção contemporânea portuguesa, o festival compromete-se com a sua exibição, discussão e promoção através das secções competitivas e paralelas, retrospetivas cinematográficas e ações formativas, que confluem numa programação rica e diversificada, enquadrada nos mais variados escalões etários e registos estilísticos.
Pela sua qualidade e heterogeneidade, acredita-se que o cinema português merece cada vez mais um lugar de destaque na cultura europeia e mundial. O Festival Caminhos funciona não só como uma mostra de cinema, mas também como um espaço por excelência de partilha e discussão entre os diversos agentes culturais que, de ano para ano, marcam presença no festival.
Composto por três secções competitivas – Caminhos, Ensaios e Outros Olhares – o festival vai reunir um largo espectro da produção nacional anual de cinema. No total, serão exibidos 162 filmes, selecionados entre cerca de 700 candidatos, num festival que, nos últimos cinco anos, teve uma média de 15 mil pessoas a participar nas diversas atividades. Uma das novidades desta XXVIII edição é que o Prémio do Público será atribuído ao filme mais votado de qualquer uma das secções competitivas.
O festival realiza a sua cerimónia de abertura no dia 5 de novembro às 17h30 na Casa do Cinema de Coimbra, com a exibição de Histórias Selvagens (1978) de António Campos, no ano do centenário do seu nascimento. Histórias Selvagens, exibido em cópia restaurada pela Cinemateca Portuguesa, conta no elenco com atores como Márcia Breia, Cremilda Gil e João Lagarto.
Encerrará as suas atividades, a 19 de novembro às 21h30, na Sala D. Afonso Henriques do Convento de São Francisco, com o cine-concerto Hipnotismo ao Domicílio (1927) de Reinaldo Ferreira, por “Vítor Torpedo & The Pop Kids”, seguido pela cerimónia de entrega de prémios.
_
SELEÇÃO CAMINHOS (de 12 a 19 de novembro | Teatro Académico de Gil Vicente)
Esta secção agrega a generalidade da produção portuguesa, com animações, documentários e ficção. Além dos melhores filmes em cada género, são galardoados os trabalhos artísticos e técnicos.
Como destaques temos Alma Viva, filme que vai representar Portugal nos Óscares, realizado pela luso-francesa Cristèle Alves Meira; Fogo-Fátuo de João Pedro Rodrigues; Mato Seco em Chamas de Joana Pimenta e Aderley Queirós; e Ice Merchants, animação de João Gonzalez, que venceu, este ano, o Prémio de Melhor Curta-Metragem da Semana Crítica do Festival de Cannes.
As atrizes Leonor Silveira e Sónia Balacó, o ator Miguel Nunes, o diretor do Doclisboa, Miguel Ribeiro e o artista plástico José Maçãs de Carvalho, integram o Júri da Seleção Caminhos desta edição. Para além do Júri Caminhos, esta secção também é avaliada pelo Júri de Imprensa, constituído pela jornalista cultural francesa Barbara Lorey, acompanhada de Vilma Reis, jornalista brasileira radicada em Coimbra, onde trabalha na revista Coimbra Coolectiva, e Paulo Portugal, autor do site Insider; e pelo júri da Federação Internacional de Cineclubes (FICC), formado por Graça Lobo (Portugal), Jacob Hansson (Suécia) e Tapesh Sharma (Índia).
Alma Viva, de Cristèle Alves Meira
Fogo-Fátuo, de João Pedro Rodrigues
Mato Seco em Chamas, de Joana Pimenta e Aderley Queirós
Ice Merchants, de João Gonzalez
SELEÇÃO ENSAIOS (de 12 a 18 de novembro | Teatro Académico de Gil Vicente)
O futuro do Cinema passa pela Seleção Ensaios que agrega filmes produzidos em escolas de todo o mundo. Portugal está representado com 22 filmes em 53, numa seleção onde estão presentes realizadores já consagrados como Leonardo Martinelli ou Jakub Prysak.
Os Prémios de Melhor Filme Nacional, Melhor Animação Nacional e Melhor Filme Internacional serão atribuídos pelo ator Isac Graça, a produtora cultural Regina Machado e o realizador Diogo Salgado.
A Maior Gaiola do Mundo, de Marta Ribeiro e Catarina Colaço
Fantasma Neon, de Leonardo Martinelli
Cielo Abierto, de Juan David Barragán Delgado
Headfish, de Jakub Prysak
SELEÇÃO OUTROS OLHARES (de 6 a 11 de novembro | Casa do Cinema de Coimbra)
A Seleção Outros Olhares é constituída por produções de carácter mais reflexivo do cinema português. Destacam-se os documentários Cesária Évora, em que é mostrado o impacto da doença bipolar na cantora cabo-verdiana; Um Corpo Que Dança, de Marco Martins, e ainda Onde fica Esta Rua? ou Sem Antes nem Depois, de João Pedro Rodrigues e João Rui Guerra da Mata.
A julgar esta seleção para o seu melhor filme estarão a realizadora Rosa Coutinho Cabral, o investigador da Universidade de Coimbra Ricardo Namora e o professor Tiago Fernandes.
Cesária Évora, de Ana Sofia Fonseca ©Pierre René-Worms
Um Corpo que Dança, de Marco Martins
Onde fica Esta Rua? ou Sem Antes nem Depois, de João Pedro Rodrigues e João Rui Guerra da Mata
SELEÇÃO FILMES DA LUSOFONIA
Esta secção é dedicada aos 200 anos da independência do Brasil, tendo as películas um retrato diverso da sociedade e história brasileira. As curtas Saindo com estranhos da Internet, Sideral ou Portugal Pequeno e as longas Alan, Kevin, O Bom Cinema ou Do Amor Ninguém Escapa integram esta seleção.
Saindo com Estranhos da Internet, de Eduardo Wahrhaftig
Sideral, de Carlos Segundo
Alan, de Diego Lisboa e Daniel Lisboa
_
Sabe mais sobre o festival e conhece a sua programação completa em:
www.caminhos.info/2022/10/filmes-seleccionados-2022/
