Realizou-se, no dia 5 de Junho, a 9ª Edição dos Encontros do Cinema Português nos Cinemas NOS Vasco da Gama. Foram apresentados cerca de 47 projectos de produção portuguesa, bem reveladores da diversidade e vitalidade do cinema português.
O evento é promovido pela NOS Audiovisuais, conta com o apoio do ICA – Instituto do Cinema e Audiovisual e tem como intuito ser uma plataforma de encontro e participação dos mais variados sectores da indústria cinematográfica nacional, como produtores, realizadores, argumentistas e actores mas também de distribuidores e exibidores, responsáveis por levar o cinema ao espectador.
Tendo como anfitriã Susanna Barbato da NOS Audiovisuais o encontro começou com a apresentação da grande novidade deste ano, o prémio do Canal Hollywood, que irá escolher o projecto com maior potencial de atingir mais de 100 mil espectadores, com um valor de 55 mil euros para serem usados em comunicação e promoção do mesmo. Os detalhes foram apresentados por Jorge Ruano, responsável de marketing da Dreamia, parte do Canal Hollywood.
Logo a seguir foi tempo de conhecer os filmes em produção e que vão estar brevemente nas salas de cinema de todo o país. Vejam quais são na lista seguinte:
Lanterna de Pedra Filmes
– Flor Brava
– Idade da Pedra
– Cesária Évora Vida e Obra
C.R.I.M
– Em Ano de Safra
– O Poeta Rei
– Nôs Dança
Blablabla Media
– Caixa de Resistência
Filbox
– Vive e deixa andar
SoproFilmes
– De Que casa Eres
beActive, Produções Interactivas, S.A.
– A Pianista
Galope Films
– Soma das Partes
MONOMITO argumentistas
– O Palácio de Cidadãos
313 Features
– Podia Ter Esperado Por Agosto
Keep Eyes Open
– Na Mata dos Medos
Lightbox
– Balas & Bolinhos – Só Mais uma Coisa
Andreia Nunes – Wonder Maria Filmes
– O Último Verão
Caos Calmo Filmes
– O Meu Jardim
Obra Aberta CRL
– Onde está o Pessoa?
Real Ficção
– O Ancoradouro do Tempo
Cedro Plátano
– Yupumá
Promenade
– Sonhar com Leões
– Hotel Amor
No Comboio
– A Savana e a Montanha
– Estamos no Ar
Rita Nunes
– O Melhor dos Mundos
Grumpy Panda
– Vidro Fumê
Midas Filmes
– Educação Sentimental
Skydreams
– Camarada Cunhal
Bando à Parte
– A Pedra Sonha Dar Flor
– Cartas Telepáticas
Terra Treme
– Ospina Cali Colombia
– Astrakan 79
Ar de Filmes
– Mãos no Fogo
– Sombras
O Som e a Fúria
– Projecto Global
– Hanami
Uma Pedra no Sapato
– Grand Tour
– Banzo
– Ubu
– O Presidente
David & Golias
– Sobreviventes
– O Voo do Crocodilo – O Timor de Ruy Cinatti
– A Travessia
Ukbar Filmes
– Damas
Após a apresentação de todos os filmes foi finalmente tempo para apresentar o filme vencedor do prémio Hollywood. O escolhido foi Hotel Amor, produzido pela Promenade e realizado por Hermano Moreira, e para receber o prémio estava Justin Amorim, o CEO e fundador da produtora.
Como já tem sido hábito, e para terminar, o dia tivemos o habitual debate sobre o estado do cinema português e de como podemos inverter a tendência actual de diminuição da quotas de espectadores para filmes nacionais. Apesar de tudo podemos ver que não há só más notícias para os distribuidores com um crescimento de receitas brutas e do número de espectadores nos cinemas nacionais desde o final da pandemia. Aliás, as salas portuguesas apresentam uma das maiores recuperações, em termos de espectadores e lucro, pós-pandemia de toda a Europa. O único problema consiste na ausência de quota de mercado do cinema português que parecia estar em crescimento atingindo os 5,6% de 2022 mas que acabou por descer para os 2,7% no ano seguinte de 2023. Isto torna-se mais preocupante quando comparado com mercados aparentemente similares como Espanha, Itália e França mas que apresentam uma média de quota, entre todos, de 31,1% de cinema nacional.
Quando questionaram o público, num Vox Pop, para as razões de não verem cinema nacional as razões apresentadas foram inúmeras como a falta de publicidade, a pequena oferta, ausência de temas actuais, pouca variedade, o preço ou o investimento no cinema português. Foram as interrogações e informações importantes de conhecer antes do início do debate.
O painel de debate contou com José Fragoso (RTP), Luis Chaby (ICA), Pandora da Cunha Telles (APCA, Ukbar Filmes), José Francisco Gandarez (Sky Dreams), Susanna Barbato (NOS) e Tânia Fragoso (Cinema City/APEC) e foi moderado pelo jornalista Vítor Moura.
As questões debatidas foram as seguintes:
- Porque tem o Cinema Português uma das piores quotas de mercado da Europa?
- Porque o Cinema Português tem poucos espectadores?
- Que estratégias adoptar para duplicar a quota de mercado e aproximá-los dos países europeus mais bem-sucedidos?
- Como conseguir investimento público para filmes nacionais com ambição de chegar ao grande público?
- Existe o risco da Produção Audiovisual se concentrar mais no TV/Streaming do que no cinema?
Após a conclusão do debate foi dada a palavra aos presentes em sala, que questionaram os elementos do painel e abriram a discussão a um panorama mais amplo de opiniões e ideias. Foi depois tempo de Vítor Moura concluir os trabalhos com a promessa, também da NOS Audiovisuais, de regressar em 2025 com a 10ª Edição dos Encontros do Cinema Português.