Talvez o festival de cinema mais pertinente do norte do país, o FEST – Novos Realizadores, Novo Cinema que decorre em Espinho todos os anos, concluiu a sua 19.ª edição no domingo, dia 25 de junho, perante um auditório repleto de cinéfilos e profissionais de todas as vertentes da indústria.
Pouco menos que uma semana antes, no mesmo auditório da perpétua casa do festival – o Centro Multimeios de Espinho – o diretor e co-fundador do FEST, Filipe Pereira, anunciava que este seria o seu último ano a dirigir o festival. Um evento que, na sua primeira edição, contou com um orçamento de apenas 500 euros, mas que, ao longo de 19 anos, cresceu e evoluiu para um acontecimento que agora gera perto de um milhão de euros para a economia local, contando já com um orçamento de 200 mil euros.
Mais do que um festival de cinema, o FEST é uma escola. É o seu programa de indústria – o Training Ground – que o distingue na sua oferta, tornando o FEST numa das semanas do ano mais vitais para o panorama cinemático nacional. Todas as áreas da sétima arte estão representadas na coleção de masterclasses que o festival oferece todos os anos – desde a cenografia e interpretação à montagem e som e passando, como não poderia deixar de ser, pela realização, produção e argumentação. Este ano o FEST contou com nomes como Brenda Chapman, a realizadora de Brave e Prince of Egypt, os consagrados atores Nuno Lopes e Noomi Rapace, o argumentista britânico Peter Straughan, a realizadora peruana Claudia Llosa, entre muitos outros ilustres do mundo do cinema.
Basta observar as salas cheias de jovens alunos de todos os cantos do mundo que convergem em Espinho durante esta semana para perceber o valor que o FEST apresenta para o futuro. Ao mesmo tempo, a presença já frequente de profissionais veteranos como a agente Caprice Crawford, a supervisora de pós-produção Polly Duval, e o engenheiro de som Eddy Joseph, demonstra a qualidade constante do festival.
De segunda a domingo, foram exibidos em Espinho mais de 240 filmes, cuidadosamente selecionados pela equipa de programação, de entre 4300 submissões. São de destacar o vencedor do Lince de Ouro na categoria de Ficção – Totém, de Lila Avilés – e na categoria de documentário – Paradise, de Alexander Abaturov. Crows are White, de Ahsen Nadeem, foi o escolhido dos participantes para o Prémio do Público de melhor longa-metragem, e Luís Campos ganhou o Grande Prémio Nacional com o seu Monte Clérigo.
Esta edição do FEST contou ainda com a estreia da secção Music Walk With Me, que trouxe, todas as noites, ao Museu de Espinho, uma sucessão de concertos e a oportunidade de conectar a comunidade da música com a do cinema.
PALMARÉS FEST 2023
LINCE DE OURO
- Ficção: TÓTEM, Lila Avilés
- Documentário: PARADISE, Alexander Abaturov
LINCE DE PRATA
- Ficção: HEAT SPELL, Marie-Pier Dupuis
- Animação: SEARCHING HELENY, Esther Vital
- Experimental: TRUE BUG, Tuisku Lehto
- Documentário: HARDLY WORKING, Total Refusal
GRANDE PRÉMIO NACIONAL: MONTE CLÉRIGO, Luís Campos
PRÉMIO DO PÚBLICO
- Longa-Metragem: CROWS ARE WHITE, Ahsen Nadeem
- Curta-Metragem: WILL YOU LOOK AT ME, Shuli Huang
NEXTT: THE KIDNAPPING OF THE BRIDE, Sophia Mocorrea
FESTINHA
- Sub16: LAST CHANCE, Eszter Angyalosy, Dániel Szőke
- Sub12: A COOKIE’S ADVENTURE, Jérémie Amicone, Alexis Bleusez, Iléana Borzan, Myriam Lecomte, Margot Lemasçon, Zoé Rivera, Romain Tersigni e Camille Triponney
- Sub10: SWING TO THE MOON, Marie Bordessoule, Adriana Bouissie, Nadine de Boer, Elisa Drique, Chloé Lauzu, Vincent Levrero, Solenne Moreau