Decorreu no dia 13 de Outubro, no Palácio Nacional de Queluz a conferência de imprensa de apresentação da 16ª Edição do LEFFEST (Lisbon & Sintra Film Festival), que sucede entre 10 e 20 de Novembro de 2022 em Lisboa, nos cinemas Nimas e no teatro Tivoli BBVA, e em Sintra, no Centro Cultural Olga Cadaval e no Museu das Artes. O júri desta edição vai contar com Olivier Assayas (realizador francês) como presidente e ainda com Joana Ribeiro (actriz portuguesa), Julie Dash (cineasta do movimento L.A Rebellion) e Rudy Ricciotti (arquitecto francês).
O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, e o presidente da Câmara Municipal de Sintra, Basílio Horta, serviram como anfitriões da apresentação do programa desta edição, que foi conduzida pelo director do LEFFEST, Paulo Branco.
Na apresentação dos filmes em competição demonstrou-se uma aposta em longas-metragens de diferentes sensibilidades com cinematografias de diversos pontos do globo, sendo 11 filmes espalhados entre a Europa, África e Ásia. Desde obras de consagrados da sétima arte como Abel Ferrara com Padre Pio (2022), ao último filme de Aleksandr Sokurov – Skazka (2022), mais conhecido pelo seu título inglês, Fairytale, e passando por nomes emergentes no panorama internacional como Saeed Roustayi, com Leila’s Brothers (2022), e Vahid Jalilvand, com Beyond the Wall (2022), ambos do Irão, este festival mostra cada vez mais o seu crescimento exponencial em termos de qualidade e quantidade. Destaque ainda para Le Bleu du Caftan (2022) de Maryam Touzani (Marrocos) e um filme português de Carlos Conceição – Nação Valente (2022).
Fora de competição a oferta é também de grande qualidade e variedade mas o primeiro destaque terá de ser para a estreia nacional do último filme de David Cronenberg – Crimes of the Future (2022), cuja sessão contará com a presença do realizador, seguido de um Q&A sobre o seu cinema. Também presente estará Stephen Frears para apresentar The Lost King (2022) e Jerzy Skolimowski com o seu novo filme, EO (2022), vencedor do prémio do Júri na última edição de Cannes. Destaques finais ainda para as estreias nacionais de Decision to Leave (2022) de Park Chan-wook, White Noise (2022) de Noah Baumbach, Broker (2022) de Hirokazu Koreeda e Master Gardener (2022) de Paul Schrader. Ainda uma menção especial para uma presença portuguesa com a primeira longa-metragem de Simão Cayatte – Vadio (2022).
Como habitual nas várias edições, esta apresenta também várias retrospectivas e homenagens, como a filmografia completa de Sérgio Tréfaut, dividida entre ficção e documentário, que inclui a ante-estreia do seu último trabalho, A Noiva (2022), um filme que integrou a edição do último festival de Veneza. Adiciona-se também uma sentida homenagem às obras de Jim Carrey, intitulada de Jim Carrey: Mito ou Realidade?, onde se explora as raízes do actor na comédia como Dumb and Dumber (1994) e The Cable Guy (1996), juntamente com o seu lado satírico e dramático como nos filmes The Truman Show (1998), Man on the Moon (1999) e Eternal Sunshine of the Spotless Mind (2004).
Apresentado pela sua curadora, Inês Branco Lopez, a conferência de imprensa revelou também uma retrospectiva do movimento L.A Rebellion, que surgiu nos anos 60 com o intuito de estar atento às vivências da comunidade afro-americana nos Estados Unidos da América. Um conjunto de realizadores inovadores e revolucionários permitiram o alargar de horizontes, mantendo a luta pelos direitos civis como foco principal. Muitos dos seus nomes mais importantes estarão presentes, como Charles Burnett, Billy Woodberry, Julie Dash, Ben Caldwell e Haile Gerima.
Além desta retrospectiva, foi discutida também a importância do programa especial Romper as Grades que procura aproximar as vivências das prisões ao público e, também, fazer a viagem em sentido contrário para levar o cinema à prisão, com um conjunto de eventos únicos e apresentações, tanto nas salas do festival como em sessões especiais nos estabelecimentos Prisionais do Linhó e de Tires. Este programa especial contará, também, com concertos de Archie Shepp (saxofonista consagrado) e Dino D’Santiago; exposições patentes no MU.SA em Sinta e ainda debates sobre variados temas ligados ao mundo das prisões. Uma iniciativa de louvar que reforça o lado social deste LEFFEST, como destacou Inês Branco Lopez.
Para terminar, esta edição inclui também o ciclo temático Sou Culpado?, centrado no sentimento de culpa, e que contará com inúmeras sessões de cinema dedicadas a explorar esta temática.
Muitas mais conversas, filmes e actividades culturais vão acontecer nestes dez dias do festival que promete ser fascinante.
SELEÇÃO OFICIAL – EM COMPETIÇÃO
- Beyond the Wall de Vahid Jalilvand
- El Agua de Elena López Riera
- Goutte D’or de Clément Cogitore
- Le Bleu du Caftan de Maryam Touzani
- Leila’s Brothers de Saeed Roustayi
- Nação Valente de Carlos Conceição
- Nostalgia de Mario Martone
- Padre Pio de Abel Ferrara
- Poet de Darezhan Omirbayev
- Skazka (Fairytale) de Aleksandr Sokurov
- Yin Ru Chen Yan (Return to Dust) de Ruijun Li
SELEÇÃO OFICIAL – FORA DE COMPETIÇÃO
- All the Beauty and the Bloodshed de Laura Poitras
- Armageddon Time de James Gray
- Broker de Hirokazu Koreeda
- Close de Lukas Dhont
- Corsage de Marie Kreutzer
- Crimes of the Future de David Cronenberg
- Decision to Leave de Park Chan-wook
- EO de Jerzy Skolimowski
- Leonora Addio de Paolo Taviani
- Living de Oliver Hermanus
- Master Gardener de Paul Schrader
- R.M.N de Cristian Mungiu
- The Lost King de Stephen Frears
- Vadio de Simão Cayatte
- White Noise de Noah Baumbach
Programação completa e mais informações em: www.leffest.com
1 comentário
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