De 16 a 23 de novembro de 2024, a Região de Coimbra transforma-se no centro do cinema português, apresentando em 56 sessões mais de 130 filmes, que refletem a diversidade, qualidade e vitalidade da produção cinematográfica.
O festival Caminhos do Cinema Português, que decorre em Coimbra de 16 a 23 de novembro, celebra a sua 30ª edição onde se destaca um panorama da produção cinematográfica do ano, sendo mais de metade das obras apresentadas em estreia ou antestreia. Além dos filmes —130 em exibição — os Caminhos prestam, na Cerimónia de Abertura, dia 16 de novembro às 18h00 — homenagem ao ator e encenador Luís Miguel Cintra.
Este é o maior encontro do cinema português que, desde 1988, sublinha a diversidade de linguagens que marcam a nossa filmografia (desde sempre com grande reconhecimento internacional) e promove uma singular aproximação entre autores e espectadores. Sinal da vontade de promover a um público mais alargado a real oportunidade de experienciar em sala o nosso cinema e sobretudo ser instigado pelas suas questões sobre o passado, o presente e o futuro do mundo em redor. Prova disso é a disponibilização de um passe geral de 25,00 Euros (se adquirido até 9 de novembro) e bilhetes com um preço de 2,00 euros para algumas das sessões e grupos.
O festival tem três secções competitivas:
Seleção Caminhos (dedicada a toda a cinematografia profissional)
Grand Tour, de Miguel Gomes
Principal montra da produção nacional, a Seleção Caminhos reúne as obras mais significativas do nosso cinema contemporâneo. De Grand Tour de Miguel Gomes, que inaugura o festival após sua passagem por Cannes, a A Flor do Buriti de João Salaviza e Renée Nader Messora, premiado em Un Certain Regard, a seleção evidencia como o cinema português se reinventa constantemente. Obras como O Melhor dos Mundos de Rita Nunes e Banzo de Margarida Cardoso compõem uma programação que celebra a diversidade de vozes e olhares do cinema português atual.
Seleção Ensaios (para criações de Escolas de Cinema, Audiovisual e Multimédia do Ensino Secundário e Superior)
Uma Mãe vai à Praia, de Pedro Hasrouny
Vitrine do futuro do cinema português e internacional, a Seleção Ensaios reúne obras que revelam novos talentos em formação. Estreias como Golden Shower e Uma Mãe Vai à Praia reforçam o papel histórico da seção como plataforma de lançamento para cineastas emergentes.
Outros Olhares (destinado a abordagens inovadoras e à procura de novas linguagens).
Cartas Telepáticas, de Edgar Pêra
Na seleção Outros Olhares, o festival abre espaço para obras que questionam e expandem os limites da linguagem cinematográfica. De Cartas Telepáticas de Edgar Pêra, que imagina uma correspondência impossível entre Fernando Pessoa e H.P. Lovecraft, a A Pedra Sonha dar Flor de Rodrigo Areias, que desafia as fronteiras entre documentário e ficção, a seleção reúne filmes que propõem novas formas de pensar e fazer cinema. São obras que, livres das pressões do mercado e das convenções narrativas tradicionais, exploram a abstração, o experimental e o documental, lembrando-nos que o cinema é, antes de tudo, um território de constante reinvenção.
Ciclo Ethos
Na XXX edição, o prémio Ethos – uma homenagem a personalidades incontornáveis do cinema português e que é atribuído de cinco em cinco anos – será entregue a Luís Miguel Cintra, por Isabel Ruth. Para celebrar este momento, o festival apresenta um ciclo especial que reúne cinco obras fundamentais que documentam diferentes facetas do trabalho de Luís Miguel Cintra no cinema. De Recordações da Casa Amarela (1989) a Verdade ou Consequência? (2023), passando pela cópia restaurada de A Ilha dos Amores (1982), o programa propõe um olhar abrangente sobre o percurso do ator, incluindo obras que o retratam tanto na sua dimensão artística como pessoal.
Ilusão, de Sofia Marques
O festival Caminhos promove promove ainda mostras paralelas, exposições, workshops e masterclasses em vários espaços de Coimbra – Auditório do Conservatório de Música de Coimbra, Auditório Salgado Zenha, Casa do Cinema de Coimbra, Teatro Académico de Gil Vicente, Teatro da Cerca de São Bernardo. Os Caminhos do Cinema Português estendem-se também a Penacova e à Mealhada, e, pela primeira vez, a Coruche e à Figueira da Foz.
Na edição de 2024, os júris são constituídos por: Filipa Vasconcelos, João Pedro Rodrigues, Mina Andala, Paulo Cunha e Pedro Brito (Seleção Caminhos); Salome Kikaleishvili, Joanna Orzechowska-Bonis e Josef Nagel representam a FIPRESCI, destacando a melhor longa metragem da Seleção Caminhos; Daniel Vicente Roque, Mónica Lemos e Vicente Paredes (Seleção Ensaios) e André Gil Mata, Luísa Neves Soares e Valerie Braddell (Outros Olhares).
A aproximação dos públicos à produção nacional e à programação do festival é uma prioridade para o Caminhos. Ao desafiar a comunidade universitária a integrar um dos júris da Seleção Ensaios, a organização procura aproximar pares divulgando a produção cinematográfica académica aos estudantes, cabendo a eles a atribuição do Prémio Universidade de Coimbra. Transversalmente, o público elege o seu filme preferido, atribuindo o Prémio do Público Filmin, escolhido de entre os filmes presentes nas três secções competitivas.
O festival é uma iniciativa da Caminhos do Cinema Português – Associação de Artes Cinematográficas de Coimbra, coorganizada com a Universidade de Coimbra. O festival tem apoio, de entre outros, do Município de Coimbra, Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA), Europa Cinemas, União de Freguesias de Coimbra, AXN, Filmin bem como a colaboração com a Federação Internacional de Críticos de Cinema (FIPRESCI).
Toda a programação disponível em caminhos.info.
