Caminhos do Cinema Português | 29ª Edição

de Fio Condutor

O festival Caminhos do Cinema Português regressa entre os dias 10 a 18 de novembro com sessões em Coimbra, Mealhada (Cine-Teatro Messias) e Penacova (Auditório Municipal de Penacova). A 29ª edição do festival traz uma programação eclética, que mergulha em vidas aparentemente particulares e ausculta as dificuldades geracionais através de um cinema que olha para o passado com ânsia de futuro. No total, serão exibidos 156 filmes (80 sessões e cerca de 87 horas de programação), selecionados entre mais de 700 candidatos.

SECÇÕES COMPETITIVAS

O festival apresenta ao público três mostras competitivas – “Seleção Caminhos”, “Seleção Ensaios”, e “Outros Olhares”.

Seleção Caminhos

Great Yarmouth – Provisional Figures, de Marco Martins

Dedicada a toda a cinematografia nacional de produção e co-produção profissional, consagrando todos os géneros cinematográficos. Nesta seleção somos levados para a primeira ficção de Leonor Teles “Baan” – presente no último Festival de Locarno e Melhor Filme no Festival de Reykjavik -, mergulhamos no mundo da chegada à adolescência n“A Primeira Idade” de Alexander David, e em “Vadio de Simão Cayatte, encontramo-nos com as dificuldades laborais em “Great Yarmouth – Provisional Figures” de Marco Martins e no “O Bêbado” de André Marques. Exploramos as representações da mulher em “Rosinha e Outros Bichos do Mato” de Marta Pessoa, sem esquecer Pessoa em “Não Sou Nada – The Nothingness Club” de Edgar Pêra.

Seleção Ensaios

Aqui encontramos produções provenientes do universo académico, colocando-se lado a lado a produção nacional e internacional. Destaque para a participação de filmes de instituições locais: “Berço” de Carolina Costa, e “Mãos de Fado” de Alejandro Oropeza, Ana Rita Damasceno, Carolina Mendes, João Tomás Santos, Pedro Fernandes, bem como  “Eschaton Ad”  de Andrea Gatopoulos, presente no Festival de Locarno, e “Daydreaming So Vividly About Our Spanish Holidays” de Christian Avilés, que passou pela última edição da Berlinale.

Outros Olhares

Representa um espaço reservado a abordagens inovadoras sobre a prática e o exercício cinematográfico promovendo o derrube do cânone e a procura de novas linguagens. É a Casa do Cinema de Coimbra, recebe esta seleção, onde revisitamos Fernando Pessoa no estudo do único registo cinematográfico do poeta em “Onde está o Pessoa?” de Leonor Areal, pensamos o espectador em “Uma História do Espectador de Cinema” de José Filipe Costa, conhecemos a história da Orquestra Gulbenkian em “Soma das Partes” de Edgar Ferreira e, ainda no mundo da música, entramos no universo de Rui Reininho n”A Viagem do Rei” de João Pedro Moreira.

MOSTRAS PARALELAS

Mountain Onion, de Eldar Shibanov

As Mostras Paralelas são uma aposta do festival para que o espectador possa, afastando-se do cinema português, compreender melhor o cinema português.

Nos “Filmes do Mundo”, em exibição entre 13 e 17 de novembro, pelas 15h00, destaque para as longas “Mountain Onion” de Eldar Shibanov, uma das selecionadas no Festival de Veneza, e “Love Dogs” de Bianca Lucas, estreado no Festival de Locarno.

Nos dias 16 e 17 novembro, às 23h59, o “Turno da Noite” apresenta uma sessão de curtas-metragens de terror, com “Paralisia” de Inês Monteiro e “Monsieur Sachet” de Mathieu Girard e, uma segunda, que explora a expressão sexual, com “Catboy” de Xaho e “New Kings on the Block” de Erika Lust.

O ciclo “O Poder das Representações”, em parceria com o Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, inicia-se, no dia 13 novembro às 16h00, com uma mesa redonda em torno do tema “Imaginários da Violência Sexual” com Sofia José Santos (CES/FEUC), Júlia Garraio (CES), Rita Alcaire (CES) e João R. Pais (CCP). Até 17 novembro, são exibidos, no Auditório Salgado Zenha, filmes que abordam a violência sexual de diferentes prismas, entre eles, “Sopa Fria” de Marta Monteiro, “No Canto Rosa” de Claudia Rita Oliveira, “Céu Aberto, ou Espaço Limitado” de José António Loureiro e “Mentes que sentem” de Ricardo Pinto Reis e Dânia Viana.

FORMAÇÃO DE PÚBLICOS

Não Sou Nada – The Nothingness Club, de Edgar Pêra

Além das exibições competitivas, o festival está empenhado em alargar as possibilidades do cinema português chegar aos diversos públicos da região centro, levando a sua programação ao Cine-Teatro Messias, na Mealhada, e ao Auditório Municipal de Penacova, exibindo tanto uma seleção dos filmes em competição, como um criterioso programa de “Formação de Públicos” com as secções “Caminhos Juniores”, dedicado às crianças em idade pré-escolar e do 1.º ciclo de ensino, e os “Caminhos Juvenis” em que será exibida a longa-metragem de Edgar Pêra “Não Sou Nada”.

O regresso das atividades formativas é uma das prioridades desta XXIX edição, que apresenta quatro masterclasses dadas por profissionais da área do cinema. Na Casa do Cinema de Coimbra, Miguel Dores apresenta “Revisitar Alcindo – concorrências entre processos fílmicos e processos sociais” (10 nov, 15:00), Leonor Areal “Dar forma à matéria, no documentário” (11 nov, 15:00), e Nádia Henriques fala-nos d“A escuta como método de criação”. No dia 15 novembro, pelas 14:30, o Cine-Teatro Messias recebe Nuno Beato para abordar “O processo criativo no filme ‘Os Demónios do Meu Avô“‘. Explorando este contacto entre espectadores e criadores, nos dias 15 e 16 de Novembro é promovida a 2.ª edição do Programa Incentivar que procura descobrir novas ideias para novos filmes a produzir na região centro.

SESSÕES DE ABERTURA E ENCERRAMENTO

No dia 10 novembro, pelas 21:30, o TAGV – Teatro Académico de Gil Vicente recebe a sessão de abertura que conta com a projeção de “Os Toiros Na Faina Agrícola Ribatejana” (Adolfo Coelho), “Figueira da Foz, Rainha das Praias Portuguesas” (Manuel Santos), “Vinho do Porto” (Adriano Ramos Pinto) e “S. Miguel, 1924 – Um Filme De Família” (Charles Mallet), quatro filmes representativos da cultura popular portuguesa, acompanhados e reinterpretados com uma cine-performance por Ana Lua Caiano. Um início de festival que proporcionará ao espectador uma experiência visual e sonora que transcende o convencional, explorando a fusão musical através da junção da música tradicional portuguesa com música eletrónica e “sons do dia-a-dia”. A projecção dos filmes tem o apoio do FILMar, projecto de digitalização da Cinemateca Portuguesa, no âmbito do mecanismo de financiamento EEAGrants.

O festival encerra no dia 18 novembro, na Antiga Igreja do Convento de São Francisco, com a entrega de prémios e a atuação de Hélder Bruno em cine-concerto com a curta-metragem “Outubro Acabou”, de Karen Akerman e Miguel Seabra Lopes.

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Sabe mais sobre esta edição do festival e consulta a programação completa em: www.caminhos.info

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