Criado pela Filmin Espanha, o Atlântida Film Festival afirma-se como um dos eventos culturais mais importantes do sul da Europa com a mostra de filmes independentes que marcaram os principais festivais europeus. Em Portugal, o festival realiza-se de forma online na Filmin de 7 de novembro a 7 de dezembro, com 20 filmes (longas e curtas-metragens) que procuram compreender melhor o mundo em que vivemos.
O festival internacional pretende dar a conhecer ao público uma seleção de filmes de todo o mundo com temas actuais como a guerra israelo-palestiniano, o crescendo da extrema-direita, a masculinidade tóxica, a agressão racial, entre outros. Há ainda espaço para filmes biográficos sobre Wilhelmina Barns-Graham e Carole Achache, mulheres que fizeram história tanto no mundo da pintura como na literatura.
Destaque para No Other Land (2024), de Basel Adra, Rachel Szor, Yuval Abraham, Hamdan Ballal. O documentário mais relevante do ano e um forte favorito para a corrida ao Óscar. Um ato de resistência criativa na procura de justiça para o conflito israelo-palestiniano. Um mergulho num conflito histórico no seu pior, num filme que tem camadas, humanidade e toda a esperança que se pode ter neste momento. O filme estreia no festival a partir do dia 18 de novembro.
O realizador Mark Cousins (A História do Cinema – Uma Odisseia) está de volta com o documentário Súbito Vislumbre de Coisas Mais Profundas. Narrado por Tilda Swinton, é uma verdadeira experiência cinematográfica, onde revisita a história da visionária pintora Wilhelmina Barns-Graham.
Little Girl Blue (2023), de Mona Achache com a vencedora de um Óscar, Marion Cotillard, que interpreta a escritora Carole Achache, filha da também escritora Monique Lange, companheira de Juan Goytisolo durante 20 anos. Nesta fascinante recriação pela filha de Carole Achache, a realizadora Mona Achache, Cotillard tornou-se a primeira atriz francesa a ser nomeada para o César de Melhor Atriz num documentário.
A Professora de Literatura (2024), de Katalin Moldovaim, vencedor do Prémio da Crítica no Festival de Cinema de Atlàntida Mallorca, o filme revela a vergonha da ascensão da extrema-direita na Hungria. Ana Bauch, uma professora de literatura recomenda o filme “Eclipse Total” (1995), de Agnieszka Holland, que retrata a relação entre os poetas franceses do século XIX Arthur Rimbaud e Paul Verlaine. Quando um pai conservador interrompe o seu filho Victor durante a projeção do filme, denuncia Ana ao diretor da escola.
Também sobre educação, o filme Favoriten (2024), de Ruth Beckermann segue um ambicioso professor determinado a criar um ambiente inclusivo e seguro para as crianças na escola num dos bairros com maior diversidade cultural de Viena. Uma ode à infância, que celebra o trabalho dos educadores e a aprendizagem quotidiana, dentro e fora da sala de aula.
A Vénus de Prata (2023), de Hélena Klotz, o vencedor do Atlàntida Mallorca Film Fest 2024 é um filme da Geração Z, “Wall Street”, protagonizado por Denis Ménochet, Niels Schneider e pela estrela pop francesa Claire Pommet, que interpreta uma jovem de 24 anos que procura a liberdade no mundo das finanças.
A Qualquer Dia (2020), de Hamy Ramezan retrata uma família de refugiados iranianos na Finlândia aguarda a decisão que determinará se são elegíveis para asilo político. Um drama baseado nas experiências de vida do realizador.
Foco para o filme QUEST, a primeira obra de Antonina Obrador com Enric Auquer e Laia Manzanares que protagonizam este delicado thriller psicológico com os mais inesperados elementos sobrenaturais e as paisagens deslumbrantes da ilha de Maiorca; e A Carga, de Miguel Eek, um dos autores baleares com uma das carreiras mais interessantes, é o autor deste documentário sobre a crise do heteropatriarcado, que se centra nas novas masculinidades e reflecte sobre o peso que muitos homens têm de carregar sobre os ombros pelo simples facto de serem homens.
Este ano, o festival tem um especial foco nos filmes da zona Balear de Espanha com o Talent Balear.
O Festival conta ainda com os filmes Cem Livros juntas, de Marga Melià que integra o programa Talent Balear, First Case, de Victoria Musiedlak, The Rapture (2023), de Iris Kaltenbäck, Agent of Happiness (2024), de Arun Bhattarai, Dorottya Zurbó, O Verão com Carmen (2023), de Zacharias Mavroeidis, Explicação para Tudo (2023), de Gábor Reisz. E ainda as curtas-metragens Blava Terra (2024), de Marine Auclair, As pessoas que não fumam deviam ser cinzeiros, de Pablo Roso, Alqueive (2023), de Josep Alorda e A Opacidade da Terra (2024), de Isabel Genis.
Toda a programação será apresentada em breve e a partir de dia 7 de novembro a programação completa ficará disponível na Filmin para todos os subscritores.