Aleixo Psi – Minissérie (2017)

de Janai Reis

O fenómeno da comédia portuguesa está de volta e desta vez com um formato um pouco diferente. Em Aleixo Psi temos a incontornável figura pública, Bruno Aleixo, que foi obrigado pelo tribunal a fazer 6 sessões/episódios de psicoterapia. Entre sonhos e memórias, contos e histórias, vamos conhecendo de forma mais aprofundada a vida de Bruno Aleixo desde a sua infância à sua carreira profissional (antes da sua estreia na televisão em 2008).

Ver esta personagem, que parece nunca ter desenvolvido qualquer capacidade ética ou moral – com uma postura sempre de nariz empinado, este típico chato que vence sempre pelo cansaço, este manipulador nato que leva os amigos ao desespero – a ter de enfrentar o seu “eu” (ainda que de forma subtil), é algo que traz momentos de espanto e (obviamente) de boas gargalhadas ao público.

Nestes mergulhos à memória estão presentes a origem da amizade com o Homem do Bussaco (um momento de comédia incrível!), a origem da amizade com o Busto (no casting para a estreia de 2008 na televisão), o possível primeiro dia em que Bruno se torna num viciado no jogo a dinheiro, ainda catraio, quando joga ao monopólio com o seu irmão Toninho, entre os sonhos “no país das maravilhas” com poções de encolher, coelhos, ovos e cartas falantes de um dos contos mais conhecidos de sempre.

Estes 6 episódios apresentam-se de uma forma mais linear do que era costume nos trabalhos anteriores tendo em conta a narrativa progressiva. Uma narrativa com um princípio, meio e fim. Ainda que não use a técnica do cliffhanger, a série tem esse efeito só pelo simples facto de sabermos que o Bruno tem de mostrar resultados em 6 consultas. A série consegue transmitir a possibilidade de mudança ainda que todos saibamos que isso é dificílimo (mas não impossível) com Bruno Aleixo.

Ainda que os episódios não estejam todos ao mesmo nível de entretenimento uns dos outros, a série consegue ser o coerente o suficiente para mostrar uma firmeza digna de ser vista – quanto mais não seja pelo genérico incansável de ver, ao bom estilo de um James Bond de Coimbra. Com amigos, ou de forma individual, Aleixo Psi promete provocar umas boas gargalhadas mesmo a quem não é fã ou até a quem ainda não conhece o Bruno Aleixo (sim, são pessoas raras).

3/5
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