A Good Person (2023)

de Antony Sousa

Zach Braff parece estar focado em tornar-se num realizador a ter em conta no mercado. Uma década depois da sua estreia na realização, com Garden State (2004), Braff regressou com Wish I Was Here (2014) e desde então tem dado uma perninha em Ted Lasso (2020-2023) e Shrinking (2023-), realizando um episódio em cada uma das séries, e ainda a longa-metragem Going in Style (2017) onde dirigiu um elenco de peso, incluindo Morgan Freeman com quem volta a colaborar neste filme. Agora, eis que surge A Good Person, cujo argumento é assinado pelo próprio Zach Braff.

Allison (Florence Pugh) e Nathan (Chinaza Uche) são o casal maravilha; estão apaixonados, felizes, e têm planos para um futuro a dois. Até que uma fatalidade leva-os para um destino alternativo ao que esperavam. Um caminho de luto, vícios, e cicatrização é agora a sua nova realidade.

Começando pelo batimento cardíaco do filme, Florence Pugh! Não é surpresa que Florence é vista como uma das actrizes mais talentosas, promissoras e entusiasmantes da sua geração. Em A Good Person, está no seu melhor, num meticuloso trabalho a interpretar alguém cuja dor é tão grande que não consegue lidar com a culpa e só pensa em adormecê-la. Viajamos entre a empatia e a frustração por Allison, numa travessia no deserto que passa por todas as fases, desde um julgamento inevitável pelos seus erros, passando pela compreensão das razões que a fazem tomar certas atitudes, até fazermos figas para que não lhe aconteça mais nada que a faça descarrilar novamente.

Sendo este um típico drama, lidando com temas que não são estranhos a ninguém, a eficácia na mensagem transmitida depende muito da capacidade do seu elenco para nos fazer acreditar nessa realidade. Se Miss Pugh é a estrela polar deste filme, a constelação não está completa sem Morgan Freeman. Não só da sua voz icónica se faz valer, provando estar ainda em grande forma, o actor destaca-se num papel que exige mais de si do que qualquer outro nos últimos anos. Celeste O’Connor interpreta Ryan, uma adolescente revoltada, e alcança também uma performance nivelada por cima.

É um facto que não há necessariamente nada de novo em A Good Person, há vários filmes que retratam todos os tipos de vício possível, e alguns são mais pormenorizados e crus, mas um filme que nos envolve no seu enredo, comove, e nos faz querer um desfecho feliz, mesmo que previsível, para as suas personagens, tem de ser considerado como competente. Mais o extra de ter Florence Pugh, é como ter um super poder ao seu dispor. E Zach Braff sabe como utilizá-lo a seu favor.

3.5/5
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1 comentário

Juliana Batalha 2 de Outubro, 2023 - 13:02

Salvo o elenco, não estou deslumbrada com o filme, é bem como a crítica diz. Um elenco muito bom, o filme, nem por isso.

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