Realizou-se no dia 2 de Junho, a 7ª Edição dos Encontros do Cinema Português, nos Cinemas NOS Alvaláxia. Promovido pela NOS Audiovisuais e pelo ICA (Instituto do Cinema e Audiovisual), este evento tem como principal objectivo promover a produção cinematográfica nacional e apresentar ao sector, projectos de cinema português durante este próximo ano. No evento estiveram presentes mais de 150 pessoas ligadas à indústria, desde produtores, realizadores, actores, argumentistas e também jornalistas da área cinematográfica.
Depois de uma breve introdução por Susanna Barbato (Directora Executiva da NOS Audiovisuais) foram apresentados cerca de 45 projetos nacionais em diferentes estados de produção, desde filmes prestes a estrear nos meses seguintes, a outros em pré-produção. Para alguns já haviam trailers finais, para outros apenas cenas do filme ou materiais de produção e fotos. A gama e variedade apresentada é um testemunho da vitalidade e criatividade de uma indústria que tanto faz com tão pouco e há a garantia de boas surpresas a caminho das nossas salas.
Houve também espaço para um convidado especial, Arturo Guillén (Director Global da Comscore Movies – Empresa líder de dados de box office de cinema), que trouxe uma perspectiva global do efeito da pandemia na indústria cinematográfica e os vários desafios para os mercados nacionais na recuperação da vitalidade do sector.
Foram apresentados números de mercados cinematográficos em que o peso do cinema produzido localmente é muito grande e explicado como isso permite uma maior e mais rápida recuperação das receitas brutas da indústria, por darem ao espectador razão para sair do sofá. No entanto, em Portugal, os valores do mercado nacional são de uma percentagem tão baixa (sempre inferior a 5%) quando comparado com os valores do mercado espanhol, francês e italiano, sendo necessário encontrar soluções para reforçar a presença do cinema nacional e assim criar uma indústria portuguesa mais robusta, que permita o incentivo no investimento dos filmes nacionais. De acordo com Arturo Guillén, são por isso necessários estudos que permitam identificar as necessidades do público nacional, pois os números portugueses não foram ainda suficientemente analisados.
Como já tem sido hábito nas últimas seis edições, aconteceu o tradicional debate sobre o estado do cinema português, moderado pelo jornalista Vitor Moura com a presença de Susanna Barbato (NOS Audiovisuais), Pandora da Cunha Telles (Produtora), Luís Chaby (ICA), José Fragoso (RTP), Henrique Dias (Argumentista – Pôr do Sol) e Paulo Branco (Produtor).
O debate iniciou com a apresentação dos números de lucro e admissões nas salas NOS, com valores ainda muito baixos quando comparados com os dados pré-pandemia. Apesar do ganho esperado de 83% de receitas para este ano de 2022, quando comparado com os dados com os dados de 2019, os valores serão cerca de 48% inferiores aos do ano pré-pandemia de 2019.
Foram discutidos variados temas como o futuro do cinema português, a mudança nos hábitos de consumo do espectador, o impacto do streaming e as novas oportunidades na indústria. No final foi aberto um período de Q&A para os participantes do encontro, onde foram referidos os preços de admissão do cinema, o reforço da necessidade de mais espaços de discussão do cinema português e a importância da entrada de novos investidores privados na indústria nacional.
Para encerrar este encontro esteve Luís Nascimento (Administrador da NOS Audiovisuais) com notícias animadoras para os anos seguintes, sobre a retoma de espectadores nas nossas salas e o compromisso de continuar a apoiar e incentivar a exibição do cinema nacional nas salas de todo o país, continuando a fomentar este espaço de discussão, sem censura, do cinema português.
Até para o ano na 8ªEdição.