A 30ª edição do Festival Curtas Vila do Conde irá realizar-se de 9 a 17 de Julho e será uma edição de aniversário repleta de celebrações, com um programa à altura das suas três décadas de existência. Nesta edição, como tem sido habitual, o Festival irá manter as suas linhas gerais de programação primando sempre pela inovação, qualidade e diversidade das mais recentes obras cinematográficas.
Durante 9 dias, o programa do festival é assente não só nas secções competitivas— Nacional, Internacional, Experimental, Vídeos Musicais, Take One! (filmes de escola), Curtinhas (filmes para crianças) e My Generation (competição dedicada a adolescentes) — como também em programas não competitivos — Da Curta À Longa, Panoramas (Nacional e Europeu), Cinema Revisitado e Stereo – evoluindo, desta forma, para um festival multidisciplinar que através da sua variedade de programação pretende a formação e criação de novos públicos.
Em destaque na Competição Internacional estão os novos filmes de Radu Jude, Antonin Peretjatko, Hlynur Pálmason, Yann Gonzalez e Tsai Ming-liang. Fora dos programas competitivos, destaque ainda para as estreias nacionais da secção Da Curta à Longa: Fogo Fátuo (2022) de João Pedro Rodrigues, Ahed’s Knee (2021) de Nadav Lapid, e Saudade do Futuro (2021) de Anna Azevedo Gomes. Os três realizadores estarão em Vila do Conde para apresentarem as sessões e conversarem com o público.
Ahed’s Knee (2021) de Nadav Lapid
Para a secção InFocus a proposta será a retrospetiva integral no trabalho da espanhola Carla Simón, que integrará a antestreia de Alcarràs (2022) – filme que segue uma família rural forçada a abandonar o seu local de trabalho e de residência, após um acordo verbal do passado ser esquecido pelos herdeiros que detêm as terras –, filme vencedor do Urso de Ouro na última Berlinale. Já na secção New Voices, dedicada a jovens realizadores cujo trabalho tem vindo a chamar a atenção no quadro do cinema mundial, o destaque vai para Chema García Ibarra, num programa que integra a sua longa de estreia, Espiritu Sagrado (2021) e todas as suas curtas-metragens.
Still de Alcarràs (2022) de Carla Simon © Lluis Tudela
Já na secção Stereo, e como já é habitual no festival, irá haver uma compilação de propostas que, através da junção entre a música e o cinema, pretendem alargar os horizontes de apresentação da sétima arte. Para a edição deste ano, antecipam-se performances de Steve Gunn para filmes de Stan Brakhage, a colaboração de Raül Refree e Pedro Maia em torno do universo de Nosferatu (1922), de F.W. Murnau, uma revisita ao período pós-25 de abril na performance Porto 1975 Mobilização Geral e uma versão adaptada de I Don’t Know Karate But I know Ka-razor! de Filipe Marques. A secção integra ainda várias sessões de cinema ao ar-livre no Pátio da Solar – Galeria de Arte Cinemática. Nestas poderemos rever, em cópias recentemente restauradas, o filme Songs For Drella (1990), de Ed Lachman (júri no Curtas em 2012), onde se regista a breve reunião de Lou Reed e John Cale para a gravação e apresentação de Songs for Drella, disco dedicado ao grande mentor da banda Andy Warhol, ou The Last Waltz (1978), que Martin Scorsese filmou há precisamente 50 anos a última reunião dos The Band, cujo concerto de despedida contou com a participação de nomes como Neil Young, Bob Dylan e Joni Mitchell.
Still Songs for Drella (1990)
O Curtas Vila do Conde regressa entre os dias 9 e 17 de Julho, onde também assinalará os centenários de nascimento de António Campos e Alain Resnais, e fará um programa especial sobre a obra de François Reichenbach (desenvolvido em co-produção com a Casa do Cinema Manoel de Oliveira) e exibirá The Outsiders – The Complete Novel, de Francis Ford Coppola.
O programa completo para a 30ª edição do Curtas de Vila do Conde poderá ser consultado em www.curtas.pt.
